Tendência em grandes centros como São Paulo e Rio de Janeiro, o rejuvenescimento íntimo feminino a laser já é realidade em Joinville. Há cerca de um ano, a cidade conta com um centro especializado no tratamento de problemas genitais estéticos ou funcionais que atrapalham a autoestima e o prazer sexual das mulheres.
Em funcionamento na clínica Azulay & Zanella, o Espaço Íntimo tem seu foco na resolução de questões que afetam a sexualidade e a qualidade de vida das pacientes. De acordo com a ginecologista e coordenadora do local, Natacha Machado, saúde e sexualidade estão diretamente ligadas.
“É errado pensar que saúde é simplesmente a ausência de doenças. Saúde tem a ver com qualidade de vida, com bem-estar, e muitas questões femininas que interferem em atividades do dia a dia e no relacionamento sexual podem ser resolvidas facilmente”, diz.
Com o uso de laser associado a outras técnicas não-invasivas, o tratamento íntimo – também conhecido como rejuvenescimento íntimo – é indicado para casos como ressecamento vaginal, flacidez na vulva causada por envelhecimento ou depilações, escurecimento da virilha e região perianal, excesso de volume ou assimetria dos pequenos e grandes lábios, perda de sensibilidade vaginal e incontinência urinária, desde que em graus leves e sem alteração anatômica (aquelas que ocorrem durante atividades físicas de alto impacto, por exemplo).
O climatério – fase que antecede menopausa, iniciando, em média, por volta dos 40 anos – é o período de maior incidência destes problemas, mas não o único, segundo a médica. “Toda paciente, em qualquer idade, que sente vergonha da região íntima por causa de aspectos estéticos ou mesmo incômodos, dores e problemas físicos pode e deve buscar tratamento. Ninguém precisa sofrer porque, felizmente, tudo pode ser tratado, solucionado ou melhorado. É só buscar informação e ajuda”, avisa.
Tabu e preconceito
Mestre em Saúde, a ginecologista Natacha Machado lamenta que, em pleno século 21, o tema sexualidade ainda seja um tabu. “Estar saudável é estar em sintonia com todos os aspectos da vida, físicos e emocionais. Muitas mulheres têm vergonha de conversar com seus médicos e até mesmo com seus parceiros, mas resolver aquilo que incomoda ajuda a recuperar a confiança e a autoestima, melhora o prazer e, consequentemente, a vida sexual e o relacionamento”, comenta.
Professora da cadeira de Ginecologia do curso de Medicina da Univille e coordenadora da área de Ginecologia da Residência Médica em Joinville, a especialista em tratamento íntimo explica que o uso do laser é indolor, pouco invasivo, sem risco de sequelas e não requer preparo antes do procedimento ou repouso após cada sessão.
O tratamento, continua Natacha, depende de cada caso, mas não costuma exigir mais do que três sessões a laser, sendo uma por mês. “Com este novo método, conseguimos tratar muitos problemas que antes recebiam indicação cirúrgica desnecessária”, comenta. Isso não quer dizer, avisa a médica, que a nova técnica não possa ser associada à cirurgia ou fisioterapia, como forma de acelerar o tratamento. “A boa notícia é que muitos casos já podem ser resolvidos no consultório, em sessões a laser de no máximo trinta minutos.”
Orientação médica
A única ressalva, reforça Natacha Machado, é que as avaliações de cada paciente, a indicação e o procedimento sejam feitos por médicos. “A segurança e a seriedade no tratamento são fundamentais”, alerta a ginecologista, que também trabalha com implantes hormonais e coordena o Ambulatório de Patologia do Trato Genital (câncer de colo do útero) do Hospital Regional Hans Dieter Schmidt.
Segundo Natacha, assim como a pele do rosto e do corpo envelhecem, a mucosa vaginal e a região genital feminina também envelhecem. “Há ainda questões como o pós-parto e o uso prolongado de anticoncepcionais, por exemplo, que podem provocar mudanças”, avisa.
É por isso que ela defende que médicos e pacientes conversem abertamente e troquem informações. Para a ginecologista, as consultas são a oportunidade ideal para as mulheres esclarecerem suas dúvidas e falarem sobre suas aflições e desconfortos, inclusive sobre a vida sexual.
“Não estamos falando em impor padrões de beleza, mas as mulheres precisam saber que suas queixas podem ser resolvidas e, em muitos casos, de maneira mais simples do que parece”, reforça Natacha, lembrando que a sexualidade não tem a ver apenas com questões físicas ou estéticas, mas principalmente de comportamento e, por isso, torna-se fundamental falar sobre o assunto em qualquer fase da vida.
Por: Dra Natacha Machado
Ginecologista – CRM/SC 20516 | RQE 11831 | TEGO 0685/2005