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Menopausa não é doença! No entanto, ainda hoje, mesmo com essa informação bem mais acessível, muitos equívocos e tabus ainda rondam o tema.

Então, antes de qualquer coisa, eu vou lembrá-las: a menopausa é uma etapa natural da vida feminina que marca o fim da fase reprodutiva. Para confirmar a menopausa, a mulher precisa ficar sem menstruar por pelos menos 12 meses seguidos.

Antes disso, entre 8 e 10 anos antes da menopausa, a mulher vive uma fase de transição, chamada de climatério. Ao longo desse período há uma diminuição gradativa dos hormônios femininos, em especial o estrogênio e a progesterona. Essa queda desencadeia uma série de sintomas que, quando não tratados adequadamente, aumentam o risco de doenças.

Então, que fique claro: embora seja um processo fisiológico e não uma doença que deva ser curada, a menopausa merece um tratamento adequado, principalmente para aliviar os sintomas e evitar o surgimento de doenças associadas.

Hoje, é sobre esse aspecto específico que vamos falar. Continue a leitura e confira quais são as principais doenças que podem aparecer se a menopausa não for tratada. Entenda os riscos e formas de prevenção.

Osteoporose: ossos fragilizados pela falta de estrogênio

O estrogênio atua na manutenção da saúde óssea. Sua deficiência acelera a perda de massa óssea, levando à osteopenia (diminuição da densidade óssea) e, posteriormente, à osteoporose (doença caracterizada por ossos frágeis e propensos a fraturas).

Fraturas, especialmente no quadril, coluna e punho, são as mais comuns e podem levar a dor crônica e incapacidades significativas, especialmente em mulheres idosas. Por isso, é importante realizar periodicamente exames de densitometria óssea.

Para prevenir a osteoporose as mulheres devem manter uma dieta rica em cálcio e vitamina D, praticar exercícios físicos regularmente, especialmente musculação, e evitar hábitos nocivos como tabagismo e consumo excessivo de álcool.

Doenças cardiovasculares: coração em risco na menopausa

A redução do estrogênio durante o climatério afeta negativamente o sistema cardiovascular. As principais condições associadas incluem:

• Hipertensão arterial: a perda do efeito vasodilatador do estrogênio pode levar ao aumento da pressão arterial.
• Infarto do miocárdio: o risco de ataque cardíaco aumenta devido às alterações no metabolismo lipídico e à maior propensão à aterosclerose.
• Acidente vascular cerebral (AVC): a diminuição dos níveis de estrogênio pode contribuir para o enrijecimento das artérias, elevando o risco de AVC.
Mulheres com mais de 50 anos apresentam um aumento significativo na incidência dessas condições, tornando as doenças cardiovasculares uma das principais causas de mortalidade nessa faixa etária.

A dica é: mantenha uma dieta equilibrada, rica em frutas, vegetais e gorduras saudáveis; pratique exercícios físicos regularmente; monitore e controle a pressão arterial e os níveis de colesterol, além de evitar o tabagismo.

Diabetes tipo 2: resistência à insulina e alterações hormonais

As alterações hormonais na menopausa podem contribuir para a resistência à insulina, condição em que as células do corpo não respondem adequadamente à insulina. Esse quadro leva ao aumento dos níveis de glicose no sangue, o que resulta em pré-diabetes e, eventualmente, diabetes tipo 2.

Para evitar isso, vale o mesmo conselho de antes: alimentação saudável, rica em fibras e com baixo teor de açúcares refinados; manutenção do peso corporal adequado; atividades físicas e exames periódicos para monitorar os níveis de glicose.

Depressão e ansiedade: desequilíbrio hormonal e saúde mental

O desequilíbrio hormonal durante o climatério pode intensificar sintomas de depressão e ansiedade. As manifestações mais comuns incluem desânimo, angústia, insegurança e crises de pânico.

Fatores como alterações no sono, suor noturno e mudanças na imagem corporal podem agravar esses problemas emocionais.

Para prevenir que a menopausa afete a saúde emocional das mulheres é essencial buscar apoio psicológico, praticar técnicas de relaxamento, manter uma rede de suporte social e considerar intervenções médicas, como antidepressivos, se essa for a orientação médica.

Problemas urogenitais: atrofia e infecções

A falta de estrogênio é responsável pela atrofia urogenital, que engloba diversas alterações no trato geniturinário:

• Ressecamento vaginal: diminuição da lubrificação natural, causando desconforto e dor durante as relações sexuais.
• Incontinência urinária: enfraquecimento dos músculos do assoalho pélvico, levando à perda involuntária de urina.
• Infecções urinárias de repetição: alterações no pH vaginal e na flora bacteriana aumentam a suscetibilidade a infecções.

O uso de lubrificantes vaginais, exercícios de fortalecimento do assoalho pélvico e, em alguns casos, a terapia estrogênica local – sempre por indicação médica – podem aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida.

Demência: risco aumentado com a falta de tratamento

Estudos recentes sugerem que a menopausa não tratada pode elevar o risco de declínio cognitivo e demência. A redução dos níveis de estrogênio afeta funções cerebrais, como memória e concentração.

Manter a mente ativa, engajando-se em atividades intelectuais e novos aprendizados, contribui para a prevenção desses problemas.

Osteoartrite e osteoartrose: dor e limitação nas articulações

A osteoartrite e a osteoartrose são condições degenerativas das articulações, caracterizadas pelo desgaste da cartilagem que cobre as extremidades ósseas. A falta de estrogênio durante a menopausa interfere na renovação do colágeno das articulações, aumentando o risco de dores articulares, rigidez e prejuízos funcionais.

Manter um peso saudável para reduzir a sobrecarga nas articulações, praticar exercícios físicos de baixo impacto, como caminhada e natação, e fortalecer os músculos ao redor das articulações são estratégias importantes para evitar essas condições.

Qualidade de vida e saúde são possíveis na menopausa!

A menopausa é uma fase de transição que exige atenção à saúde da mulher. O tratamento adequado dos sintomas ajuda a prevenir doenças e garantir a qualidade de vida por muitos anos.

Lembre-se disso: informação correta e acompanhamento médico especializado é o que você precisa para envelhecer com saúde.

Por: Dra Natacha Machado 

Ginecologista – CRM/SC 20516 | RQE 11831 | TEGO 0685/2005

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