Gravidez tardia: é possível engravidar após os 40 anos?

Gravidez na maturidade é possível… queira você ou não

A pedagoga Cristiana Torres engravidou no final de 2017.

A psicóloga Júlia Menezes Fonseca foi mãe pela primeira vez em 2018.

No caso da designer Luciana Lopes Ramos, a menstruação desregulada não era um mioma, como se suspeitava.

Talvez você não conheça nenhuma dessas brasileiras e esteja se perguntando o que elas têm em comum: todas engravidaram naturalmente depois dos 40 anos.

Cristiana e Luciana tinham 45 anos. Julia, 51. Já a atriz carioca Solange Couto, hoje com 63 anos (essa você deve conhecer), engravidou aos 54 anos sem inseminação artificial.

Elas fazem parte do universo de mulheres que engravidaram tardiamente sem se submeter a qualquer tratamento de fertilização.

Segundo pesquisas, as chances de alguém engravidar após os 45 anos são baixas (menos de 1%), mas, como sabemos, bastam um óvulo e um espermatozoide para que “difícil não seja impossível”.
Então, se você está nessa faixa etária, a caminho da menopausa, e acha que não há mais risco, cuidado!

Se o seu sonho é ser mãe, agende a sua consulta o quanto antes e planeje esse processo.
Agora, se você passou dos 40 anos e definitivamente não tem mais planos de começar uma família ou aumentar o número de herdeiros, não conte com a sorte. Nem sempre ela estará a seu favor. O mundo está cheio de temporãos para provar isso.

Gravidez tardia e a reserva ovariana

As chances de engravidar depois dos 40 anos são reduzidas porque as reservas de óvulos ficam menores com a idade. Além disso, os óvulos restantes também “envelhecem”.

Ao nascer, uma menina tem de um a dois milhões de óvulos. Na primeira menstruação esse número gira entre 300 e 400 mil. Aos 40 anos, já são apenas 30 mil e a gravidez natural vai ficando mais difícil porque, ainda que a quantidade pareça “suficiente”, a qualidade já não é mais a mesma.

Mas, relembrando: se você ainda não está na menopausa – definitivamente, há chances (queria você ou não). E se você deseja ser mãe, a medicina avançou muito nas últimas décadas e há métodos de reprodução assistida que auxiliam as mulheres a realizar esse sonho

Segundo o Ministério da Saúde, ter filhos após os 35 anos já virou tendência e o número de mulheres que engravida depois dessa idade cresceu 84% no Brasil em uma década.

Para conferir alguns relatos, confira a reportagem do UOL 

Já uma pesquisa divulgada pelo Datasus revela que no Brasil, nas últimas duas décadas, o crescimento no número de mulheres que foram mães após os 40 anos foi de 49%. Entre os 30 e 39 anos, o aumento chegou a 61,4%.

No Hospital Albert Einsten, em São Paulo, a taxa é ainda maior acima de 45 anos. O salto foi de 112% em cinco anos. Um fenômeno que se repete em outras partes do mundo. Nos Estados Unidos, 124 mil mulheres acima de 40 anos dão à luz todos os anos. O aumento foi 50% superior nos últimos dez anos.

Riscos da gravidez tardia

Ainda que “sem querer” ou por desejo, a gravidez depois dos 40 anos é plenamente possível, como mostram os números – e os exemplos lá do início da nossa conversa.

Para muitas mulheres, é nesta fase – com a carreira estabilizada, a vida organizada, mais maturidade e estabilidade financeira – que a maternidade se manifesta como um forte desejo.

Seja qual for a situação, é importante ter acompanhamento médico, porque alguns problemas podem surgir. Na gestação tardia, tornam-se mais comuns os casos de diabetes gestacional, hipertensão, chance de aborto, pré-eclâmpsia (complicações decorrentes da pressão alta) e risco de parto prematuro.

Mamães maduras não devem negligenciar o pré-natal. Nenhuma gestante deve, na verdade, mas por ser considerada de risco, a gestação tardia precisa de atenção redobrada.

Gravidez? Agora não!

Para as mulheres que não desejam encarar a gravidez na maturidade, a dica é conversar com o ginecologista sobre os métodos mais adequados de contracepção nessa fase.

Existem inúmeras opções e, com certeza, encontraremos uma que vai se encaixar ao seu perfil e às suas necessidades.

Venha me fazer uma visita e vamos conversar mais a respeito.

Por: Dra Natacha Machado 

Ginecologista – CRM/SC 20516 | RQE 11831 | TEGO 0685/2005

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