A chegada aos 40 anos é um marco na vida das mulheres. Com a dança dos hormônios acontecendo, essa torna-se uma fase de mudanças, descobertas e adaptações. Nessa altura da vida, a menopausa começa a ser tema recorrente e o climatério vira protagonista.

No meio de tantas alterações, a balança não facilita e, na maioria das vezes, revela um ganho de peso abrupto e indesejado. Esses quilinhos a mais precisam ser observados com bastante atenção, pois têm relação com mudanças na composição corporal feminina.

Isso mesmo! No climatério, em função das mudanças hormonais, o corpo da mulher enfrenta a lentidão do metabolismo, a perda da densidade óssea e a diminuição de massa muscular.

Todas essas modificações podem impactar na saúde, no bem-estar e na qualidade de vida. Portanto, é fundamental entender a composição corporal feminina e atuar para que essas mudanças não tragam complicações e prejuízos à saúde da mulher.

O que é composição corporal?

Composição corporal diz respeito ao conjunto de componentes que formam a massa corporal, abrangendo a proporção de água, músculo, massa óssea e gordura. Cada um desses elementos desempenha um papel fundamental para a saúde e o bem-estar.

A composição corporal é dividida, basicamente, em:
• Massa gorda: constituída de tecidos gordurosos;
• Massa magra: constituída principalmente por músculos, ossos, órgãos e fluidos.

Além de identificar com precisão a quantidade de cada um dos componentes corporais de uma pessoa, a avaliação da composição corporal fornece uma visão geral da saúde da mulher.

É por isso que duas mulheres com o mesmo peso podem ter aparências completamente diferentes se tiverem composições corporais distintas.

Por que engordamos na menopausa?

Com a diminuição dos níveis de estrogênio, hormônio fundamental para a manutenção da massa óssea e muscular e o eventual aumento da resistência à insulina, o corpo feminino passa por transformações significativas:

• Aumento da gordura corporal: no climatério, a tendência é ganhar peso, principalmente na região abdominal, devido à redistribuição da gordura corporal;
• Perda de massa muscular: a massa muscular diminui, o que pode levar à fraqueza e à diminuição do metabolismo basal;
• Perda de massa óssea: a osteoporose se torna um risco maior devido à redução da densidade mineral óssea.

As mudanças hormonais levam o organismo a diminuir a massa magra e armazenar mais gordura. Com o metabolismo desacelerado, há um favorecimento ao ganho de peso e, consequentemente, fica mais difícil emagrecer.

À medida que o corpo passa a vivenciar o processo de envelhecimento, as necessidades calóricas diminuem, e a quantidade de energia que deve ser queimada para manter o peso aumenta acentuadamente.

Por isso, é urgente mudar os hábitos alimentares, consumindo menos calorias e gastando mais energia.

A importância da Bioimpedância

A bioimpedância é um dos métodos mais comuns e eficazes para medir a composição corporal. Trata-se de um exame simples e indolor que avalia com precisão, por meio da passagem de uma corrente elétrica de baixa intensidade pelo corpo, a quantidade de água, massa muscular e gordura.

Além de ser um exame importante para verificar a condição nutricional da paciente, a bioimpedância ajuda no acompanhamento das mudanças na composição corporal durante o climatério.

Dessa forma, a bioimpedância permite que o tratamento seja personalizado de acordo com as características corporais de cada mulher.

Qual a composição corporal ideal?

A composição corporal ideal varia de acordo com cada mulher e seu estilo de vida, levando em consideração fatores como idade, genética e nível de atividade física. No entanto, de forma geral, uma boa composição corporal é caracterizada por:

• Alta porcentagem de massa muscular: para mulheres adultas e saudáveis, o ideal é ter cerca de 25% a 35% de massa muscular. Um percentual dentro desse intervalo garante força, resistência e um metabolismo mais acelerado.

• Baixa porcentagem de gordura corporal: o percentual saudável de gordura corporal para mulheres fica, em média, entre 18% e 22%. Nessa porcentagem, os riscos de doenças crônicas, como diabetes e doenças cardiovasculares, diminuem consideravelmente.
• Boa densidade mineral óssea: para as mulheres, uma boa densidade óssea fica em torno de 12%. Esse resultado previne a osteoporose e fraturas.
• Água corporal total: a quantidade ideal de água no corpo, para as mulheres, deve ser por volta de 55%.

Como alcançar a composição corporal ideal no climatério?

Mesmo parecendo bastante desafiador, alcançar uma composição corporal saudável durante o climatério é possível e de extrema importância. Um estilo de vida ativo e equilibrado faz toda a diferença nessa fase e ajuda no enfrentamento de tantas mudanças.

Lembre-se de priorizar:
• Alimentação saudável: opte por alimentos ricos em nutrientes, como frutas, legumes, verduras, carnes magras e grãos integrais.
• Exercícios físicos regulares: a atividade física regular, especialmente exercícios de força e resistência, ajuda a preservar a massa muscular e óssea.
• Acompanhamento médico: consulte seu médico regularmente para avaliar a saúde e, se necessário, ajustar o tratamento de reposição hormonal.
• Suplementação: em alguns casos, a suplementação com cálcio e vitamina D pode ser recomendada para fortalecer os ossos. Converse com seu médico sobre as suas necessidades.

Estar atenta à composição corporal é um gesto de autocuidado durante o climatério. Conhecendo seu corpo e sua saúde com profundidade e tendo um acompanhamento profissional qualificado fica mais fácil definir um tratamento alinhado ao que você busca – e precisa – para o seu bem-estar.

Por: Dra Natacha Machado 

Ginecologista – CRM/SC 20516 | RQE 11831 | TEGO 0685/2005

eBook Gratuito Saiba tudo sobre Menopausa e Reposição Hormonal. Dra Natacha Machado