Entre os 45 e 55 anos, em média, as mulheres iniciam uma nova fase em suas vidas: a menopausa. É o fim do período reprodutivo, em que ocorre a interrupção natural da produção de hormônios.
Antes da menopausa – confirmada quando a mulher fica 12 meses consecutivos sem menstruar – ocorre o climatério. Um período de transição, cheio de mudanças físicas e emocionais. Um turbilhão de sintomas e emoções. Uma montanha-russa de sensações que afetam a qualidade de vida e o bem-estar se não forem tratadas.
A questão é que muitas mulheres demoram a perceber que estão vivendo esse período simplesmente porque não apresentam o clássico calorão (ou fogacho).
Mas, acredite: a menopausa existe sem ele!
Muitas mulheres sofrem durante anos com outros sintomas relacionados ao climatério e à menopausa sem procurar ajuda por acreditar que insônia, fadiga, falta de memória, irritabilidade e falta de libido são apenas circunstanciais.
Outras, inclusive, fazem uso de métodos contraceptivos e, por isso, demoram mais a perceber a chegada da menopausa, já que os hormônios sintéticos mascaram os sinais.
Há também mulheres que usam anticoncepcionais sem intervalo e sequer percebem que o ciclo menstrual não é mais regular.
Então, como saber se a menopausa está próxima?
Autoconhecimento é o caminho para saber se a menopausa chegou!
Não encare mudanças físicas, emocionais e psicológicas como algo normal. Perceba-se e desconfie sempre que algo não estiver bem.
Também não fique esperando que o calorão seja o sinal de alerta para marcar uma consulta. Há dezenas de outros indícios de que você está no climatério ou na menopausa.
- Você tem dormido bem?
- Seu humor oscila e seus sentimentos vão de tristeza à fúria num instante?
- A autoestima anda em baixa com os quilos extras que parecem ter surgido do nada?
- Tem se sentido deprimida e ansiosa ultimamente?
- Como andam sua memória e sua capacidade de concentração?
- Seu cabelo e unha estão mais fracos e quebradiços e sua pele mais seca?
- As dores de cabeça e nas articulações se tornaram frequentes?
- Sua libido não é mais a mesma e você tem percebido a vagina seca na hora do sexo?
- E o que dizer do cansaço e da fadiga, cada vez mais constantes…
Se, mesmo sem os “famosos” calorões, você se identificou com as situações acima, está na hora de avaliar seus níveis hormonais e descobrir quão perto você está da menopausa.
Como saber se a menopausa chegou?
Como vimos, a menopausa é confirmada após um ano consecutivo sem menstruação. Isso não quer dizer que você precisa esperar para começar a reposição hormonal. Basta que os primeiros sinais apareçam.
Mas como é feito o diagnóstico?
Com uma avaliação clínica e exames laboratoriais. O primeiro passo é uma conversa franca com o ginecologista. Se você toma anticoncepcionais, será necessário interromper o uso durante um ciclo (30 dias) para garantir a fidelidade dos resultados.
Com o diagnóstico em mãos, o médico vai definir a dosagem ideal – e individualizada – dos hormônios a serem repostos.
- Se você já estiver na menopausa, poderá inclusive parar de usar anticoncepcionais.
- Se estiver no climatério, poderá associar a terapia de reposição hormonal com outro método contraceptivo que não seja a pílula com hormônios sintéticos.
- Se não for nada disso, o médico vai avaliar a causa dos sintomas, que pode ser alteração na tireoide, deficiências nutricionais, depressão ou outro problema.
Diagnóstico clínico e laboratorial
Os exames laboratoriais dão clareza e agilizam o diagnóstico. Também orientam o tratamento, que deve ser personalizado.
Entre os exames mais comuns estão:
- FSH (Hormônio Folículo-Estimulante) – esse hormônio indica a maturação dos óvulos durante a idade fértil e seus valores variam de acordo com a fase do ciclo menstrual e a idade da mulher. É considerado o hormônio da fertilidade. Se o resultado do exame estiver elevado, revela a diminuição da função ovariana e, naturalmente, da fertilidade da mulher.
- LH (Hormônio Luteinizante) – assim como o FSH, é responsável pela ovulação e produção de progesterona. Seus valores também variam de acordo com a fase do ciclo menstrual. Se os exames apresentam valores muito altos, é indicativo de menopausa.
- Cortisol – ajuda o organismo no controle do estresse e de inflamações e, se encontrado em altas concentrações no sangue, pode causar alterações no ciclo menstrual. Ao dosar o cortisol, o médico consegue avaliar se a alteração no ciclo é sinal de menopausa ou consequência de oscilações hormonais causadas pelos níveis elevados de cortisol.
- Prolactina – importante para regular outros hormônios femininos, pode interferir na ovulação e menstruação. Com níveis altos de prolactina no sangue fora da gravidez, a mulher pode apresentar menstruação irregular ou ausência de menstruação, sinais comuns da menopausa.
- Testosterona – alguns sinais da menopausa são os mesmos de quando os níveis de testosterona estão baixos nas mulheres, como desinteresse sexual, ganho de peso, fadiga e diminuição da sensação de bem-estar. Assim, a dosagem da testosterona pode ajudar no diagnóstico.
Divisor de águas
A menopausa é considerada precoce se for antes dos 40 anos. Em geral, ocorre por volta dos 50 anos. Alguns anos a mais ou a menos. Então, não espere o calorão para buscar ajuda. Identifique os outros sinais do seu organismo e procure orientação especializada, seja qual for a sua idade.
Saia da zona de conforto, pare de pensar que todas as mulheres passam por isso e o sofrimento é normal. Não é, eu posso garantir.
Todas nós merecemos qualidade de vida e a menopausa já deixou de ser um bicho de sete cabeças. Iniciar o tratamento precoce é um divisor de águas.
Agende a sua consulta e viva plenamente, com saúde e bem-estar. Eu estou aqui para contribuir nessa jornada.