Não, definitivamente não é possível viver sem hormônios!

Os hormônios são compostos químicos produzidos por glândulas e transportados pelo sangue. Essas moléculas funcionam como mensageiros do corpo humano, viajando pela corrente sanguínea até os órgãos-alvo, onde exercem seus efeitos e funções.

Os hormônios têm muitas missões e responsabilidades, como o crescimento ósseo e muscular, desenvolvimento das características sexuais, regulação da altura, metabolismo e controle dos níveis de açúcar no sangue, auxílio na perda ou ganho de peso, emoções, humor, sono, apetite, ciclo menstrual, fertilidade e gravidez.

Centenas e centenas de processos precisam dos hormônios. E cada hormônio tem uma finalidade específica, que vai impactar no funcionamento do organismo e na sua saúde geral.

Por isso, não há dúvidas: os hormônios são essenciais à vida e a manutenção desses níveis no organismo precisa estar garantida!

Principais tipos de hormônios e suas funções

Esteroides

São os derivados do colesterol e respondem pela regulação do metabolismo, resposta ao estresse, características sexuais e reprodução. São produzidos pelas glândulas suprarrenais, ovários ou testículos. Nessa classe estão inclusos o cortisol e os hormônios sexuais, como estrogênio e testosterona.

Peptídicos e proteínas

Tem ampla gama de funções, como o crescimento, metabolismo, reprodução, controle do açúcar no sangue. Fazem parte desta categoria a insulina, hormônio do crescimento (GH), prolactina, oxitocina e glucagon.

Aminas biogênicas

Produzidas nas glândulas suprarrenais e tireoide, atuam na regulação do humor e do estresse, sono, vigília, metabolismo e temperatura corporal. Na lista estão a adrenalina, noradrenalina, hormônios da tireoide, melatonina e serotonina.

Eicosanoides

Compostos pelas prostaglandinas, tromboxanos e leucotrienos, são responsáveis pela regulação de inflamações, coagulação do sangue, contração muscular e dor.

Outras funções dos hormônios

• Estrogênio, progesterona e testosterona: são hormônios sexuais e regulam o ciclo reprodutivo, interferindo na fertilidade e, no caso das mulheres, na gravidez e no ciclo menstrual.

• Cortisol e adrenalina: produzidos pelas glândulas suprarrenais, estão relacionados à capacidade do organismo de reagir a uma situação de estresse.

• Tiroxina (T4), hormônios do crescimento e tireoidianos: atuam no desenvolvimento muscular, cerebral e ósseo, regulam o metabolismo, o peso corporal e os batimentos cardíacos.

• Insulina e glucagon: produzidos pelo pâncreas, regulam a glicose no sangue.

• Melatonina e serotonina: responsáveis pelo humor e o sono.

• Oxitocina: conhecido como hormônio do amor, atua na excitação sexual, orgasmo, diminui a ansiedade, estimula a ejeção do leite materno e as contrações uterinas durante o parto, além de estimular a cicatrização de feriadas.

• Leptina: regula o apetite e a saciedade.

Como os hormônios atuam nas mulheres

As mulheres são muito influenciadas pelos hormônios. Os principais hormônios femininos são o estrogênio, a progesterona e a testosterona. A produção dessas substâncias pode sofrer oscilações ao longo da vida, mas no climatério a queda é acentuada e causa efeitos bastante indesejáveis.

O desequilíbrio dos hormônios femininos causa sintomas bem conhecidos das mulheres que já passaram dos 40 ou 45 anos: cansaço, alterações de humor, dificuldades para perder peso, insônia, estresse, fogacho, ressecamento vaginal, flacidez, queda de cabelo, enfraquecimento das unhas e outras dezenas de desconfortos.

Sempre que esses sintomas surgem é necessário investigar a causa, que, muitas vezes, está associada à alteração na produção hormonal. Ao perceber alguma mudança física ou emocional, relate ao seu médico.

Produção hormonal desregulada, e agora?

Sempre que o corpo reduz ou aumenta a produção de algum hormônio, os sintomas ou doenças aparecem. No caso das mulheres que chegam ao climatério, os hormônios merecem um olhar mais atento.

Além dos sintomas físicos e emocionais perceptíveis, a interrupção na produção hormonal pode levar ao desenvolvimento de doenças cardíacas, osteoporose, diabetes, hipotireoidismo e até depressão.

Por isso, é essencial fazer a reposição dos hormônios que deixaram de ser produzidos naturalmente. A reposição hormonal é o tratamento mais conhecido, mas deve ser feito de forma personalizada e com acompanhamento médico.

Mulheres com contraindicação para esse tipo de tratamento têm outros recursos para aliviar os sintomas dessa fase e garantir a saúde necessária para o envelhecimento saudável.

Boas práticas para driblar a queda hormonal

Junto com a reposição hormonal é preciso mudar hábitos de vida. Com o metabolismo mais lento, a atividade física diária passa a ser obrigatória. Os exercícios de força, como a musculação, devem fazer parte da rotina para garantir a massa muscular, a força e a mobilidade no futuro.

Mesmo quando os hábitos de vida são saudáveis (como hidratação, sono de qualidade, boa alimentação, controle do estresse e ansiedade, redução drástica do consumo de álcool e zero tabagismo), fatores genéticos, doenças e mesmo a chegada da idade podem impactar no ajuste dos níveis hormonais.

Por isso, faça exames periódicos e esteja atenta aos sinais do seu organismo. E se necessitar de tratamento, lembre-se: você não está sozinha e pode contar com a minha ajuda se precisar.

Por: Dra Natacha Machado 

Ginecologista – CRM/SC 20516 | RQE 11831 | TEGO 0685/2005

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