Menopausa invisível: por que é tão difícil ser compreendida nesta fase?

Você chegou a menopausa e está se sentindo sozinha e perdida no mundo? Calma, isso é mais comum do que parece. Muitas mulheres têm essa sensação de solidão e incompreensão, mas você pode mudar o jogo.

A proximidade da menopausa é uma fase muito mais “sentida” do que “vista”. Uma perna engessada, uma cirurgia, um hematoma, um ferimento e até unha encravada… Tudo isso pode ser facilmente percebido pelos outros e, justamente por isso, é “respeitado”.

Problemas de saúde visíveis geram empatia. Já o climatério é invisível! E embora não seja uma doença – ainda que seja um fator de risco para problemas graves se não for tratado – só quem convive com tantos sintomas diariamente sabe o que esse período representa.

Falar sobre menopausa pode ajudar a diminuir essa sensação

Vivemos na era da tecnologia e da informação. Com poucos cliques temos acesso aos mais variados temas. O problema é que a comunicação com quem está perto de nós nem sempre é tão ágil e certeira.

Por isso, para que o climatério seja mais bem compreendido pelas mulheres e por todos que convivem com ela, verbalizar os sintomas é uma boa estratégia.

Conhecimento é ouro nessas horas e a dica não vale apenas para quem chega aos 40 e poucos anos. Vale para todos que se relacionam com mulheres climatéricas. Por falta de conhecimento, muita gente subestima as queixas femininas.

Se você está no climatério é hora de ser franca com as parcerias, os filhos e familiares, amigos e colegas de trabalho. Se eles souberem o que você está vivendo terão mais facilidade de aceitar todas as mudanças físicas e emocionais causadas pela oscilação dos seus níveis hormonais.

Faça acompanhamento com um especialista em menopausa

Para muitas mulheres, explicar ao médico o que está sentindo é extremamente difícil. Isso atrasa o diagnóstico e prolonga o sofrimento. Procure um especialista em climatério e relate todas as alterações.

O climatério chega com dezenas de sintomas. Nenhuma mulher é igual à outra e a intensidade dos incômodos é diferente para cada uma de nós. Por isso, mesmo que você não associe determinado problema ao declínio hormonal, relate ao médico as mudanças emocionais e físicas que você vem percebendo.

Ninguém melhor do que você para reconhecer os sinais do seu organismo. Quanto mais você conhece o seu corpo, mais facilmente vai perceber a chegada do climatério e, quanto antes iniciar o tratamento, melhor.

Muitos sintomas, inclusive, não são identificáveis em exames. É na conversa franca e sincera com um especialista em climatério que o diagnóstico se confirma.

Entender, aceitar a menopausa como inevitável, buscar informação e falar a respeito, popularizando cada vez mais o assunto, são as melhores formas de fazer com que todos enxerguem e apoiem as mulheres nessa fase.

Fale, fale, fale sobre menopausa… você não está sozinha

O silêncio não é a melhor opção para as mulheres no climatério. Muitas se fecham e, por isso, se sentem sozinhas e desamparadas.

Algumas por pura incompreensão das pessoas próximas, outras por desacreditar nos próprios sintomas, outras para não admitir vulnerabilidades ou porque nunca souberam pedir ajuda, outras simplesmente por confiar na velha máxima: a menopausa é uma fase natural e, portanto, não há o que se fazer.

Tudo isso é reflexo claro de um problema ainda maior: raramente alguém se solidariza com aquilo que não vê. E por isso, eu aposto: deve ter sido uma mulher na menopausa quem criou o ditado: “O que os olhos não veem, o coração (dos outros) não sente”.

Brincadeiras à parte, o climatério só será compreendido quando a sociedade entender, de fato, quais os impactos que ele causa na vida, na saúde e na qualidade de vida das mulheres.

Vamos popularizar esse assunto

A entrada no climatério deve ser celebrada, mais do que sofrida. Afinal, estamos vivas! O que precisamos é ajustar a rota e estrear, em grande estilo, uma nova trajetória – mais madura, mais segura e mais consciente.

O climatério não é um assunto exclusivo de quem chega aos 40 anos. Se as pessoas ao seu redor não entendem o que você sente, seja clara. Você não está doente, está em transição.

Não aceite rótulos. Você não ficou chata, sensível demais ou antissocial. Você está no climatério e merece ter uma rede de apoio. Eu sou parte dela e posso te ajudar!

Por: Dra Natacha Machado 

Ginecologista – CRM/SC 20516 | RQE 11831 | TEGO 0685/2005

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