Eu sei que vai parecer estranho, mas acredite: a maturidade nos deixa mais felizes e satisfeitas. No mínimo, ajusta as nossas expectativas e, segundo pesquisas, quem passa dos 50 anos começa a ter um novo olhar para a vida.
Para as mulheres, chegar aos 50 anos tem um desafio chamado menopausa, mas se você souber atravessar essa fase com otimismo, autocuidado e qualidade de vida, eu – e as estatísticas – garantimos: tudo melhora!
Na infância, somos otimistas por natureza. Na adolescência, nutrimos sonhos para o futuro e criamos expectativas que, nem sempre, se cumprem. É então, na fase adulta, por volta dos 30 ou 40 anos, que estamos mais sobrecarregadas.
A vida é corrida e tentamos equilibrar as esferas profissional, amorosa e pessoal, lidamos com as tarefas da casa, com o casamento – ou o fim dele -, com a educação dos filhos e com as nossas próprias frustrações.
Ainda estamos “correndo atrás” daquilo que planejamos, mas não realizamos.
A boa notícia é que a virada de chave ocorre e, dali para frente, ainda que tenhamos de encarar os dilemas e desafios do envelhecimento, passamos a ter um olhar mais generoso para a nossa história e as nossas conquistas.
Esse movimento da vida é chamado de Curva da Felicidade ou Curva em U.
A curva da felicidade e a satisfação pessoal
O envelhecimento e a maturidade podem despertar uma grande satisfação pessoal em quem sabe ser grato e generoso consigo. Sair do ponto mais baixo da Curva da Felicidade e recuperar a mesma vitalidade e positividade que tínhamos na infância e adolescência é gratificante.
A teoria da Curva da Felicidade é explicada no livro “The Happiness Curve“, do jornalista Jonathan Rauch, e vem sendo tratada por especialistas, abordada em palestras e motivado debates.
Crise da meia-idade
Não é raro ouvir a respeito da crise da meia-idade. Na fase adulta, todos os dilemas se acumulam. Há um descompasso entre expectativa e realidade e, facilmente, vivemos frustradas.
Para o escritor Donald Richie, a crise da meia-idade começa aos 40 anos, quando pensamos: “A vida é só isso?” e acaba uma década e meia depois, ao ficarmos mais generosas conosco e concluirmos: “Pensando bem, é maravilhoso”.
E é bem isso o que as estatísticas e a Curva da Felicidade nos mostram.
O médico canadense com doutorado em Harvard, Elliot Jaques (1917 – 2003), se dedicou a investigar como as pessoas aprimoram a capacidade de resolução de problemas cada vez mais complexos com o passar do tempo.
Se o pior momento da nossa existência está justamente no meio (como mostra a letra U, símbolo da Curva da Felicidade), o que estamos esperando? Chegou a hora de celebrarmos nossa entrada na menopausa e nossa vida 50+.
Estamos no mesmo barco
Responsável por uma pesquisa em 123 países, incluindo o Brasil, o economista americano David Blanchflower concluiu: depois dos 50 anos somos mais gratos pelo que temos e crentes de que vida pode melhorar.
Então, passada a crise da meia-idade, é hora de viver com plenitude a menopausa. Afinal, já sabemos que todos os sintomas dessa fase podem ser tratados e, se aliarmos boa alimentação, manejo do estresse, boas noites de sono e atividade física diária, eu garanto: a vida não pode, ela vai melhorar!
Se você precisa de ajuda para subir a curva da felicidade, lembre-se que estou aqui. Eu, pessoalmente, já comecei a escalada para a melhor fase da vida. E você, vem comigo?
Por: Dra Natacha Machado
Ginecologista – CRM/SC 20516 | RQE 11831 | TEGO 0685/2005