Menopausa: a vida é feita de ciclos… e não apenas os menstruais

“Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.” É com a conclusão do texto “Encerrando Ciclos”, da psicóloga colombiana Gloria Hurtado, que eu quero começar a nossa conversa hoje.

O grande ciclo da vida é entremeado por subciclos, fases que se repetem, períodos com início, meio, fim e… novas repetições.
Você já parou para pensar nisso?

Quantas fases da nossa vida são marcadas pelas mesmas dúvidas, incertezas e angústias que se perpetuam, mal resolvidas, “empurradas com a barriga”?

Quantas mulheres na menopausa não se reconhecem diante do espelho, do mesmo jeito que adolescentes têm dificuldade em se identificar com as mudanças da puberdade?

Como você lidou com a chegada da adolescência, como viveu a gravidez, encarou o puerpério, passou pelo climatério e se deu conta de que a menopausa é real?

Sob a influência dos hormônios, passamos por fases distintas e, ao mesmo tempo, tão parecidas, todas com impactos diretos em nossa vida, nossa saúde e nosso bem-estar se não forem bem conduzidas.

Some a isso fatores externos, relacionamentos, maternidade (ou não), casamento (ou não), carreira (ou não) e tantos outros aspectos que nos levam a uma dinâmica interminável de “olás” e “adeus” aos ciclos que preenchem a nossa existência.

Menopausa, uma fase de reencontro

• Adolescência muda o corpo, muda o comportamento, muda quem você é.
• Gravidez muda o corpo, muda o comportamento, muda quem você é.
• Menopausa muda o corpo, muda o comportamento, muda quem você é.

E em todas essas fases, lá estão eles: os hormônios – ou em ebulição ou em falta. O fato é que somos seres cíclicos, que volta e meia experimentam os mesmos sentimentos.

Não raramente mães de filhas adolescentes as veem como um reflexo, a reprise de um filme, uma biografia recontada. As filhas vivenciando a intensidade dos hormônios e as mães experimentando o declínio deles.

É comum que mulheres no climatério e na menopausa estejam cheias de dúvidas e incertezas, características também presentes na adolescência. Muitas mães e filhas vivem sob o mesmo teto os mesmos dilemas e nem percebem.

Dúvidas sobre o futuro, os propósitos de vida, os caminhos a seguir, problemas de autoestima, busca de aceitação e aprovação dos outros, questões relativas à sexualidade…

Todo mundo no mesmo barco?

Se a vida é assim mesmo, então está tudo certo! Errado. Tem muita gente vivenciando os mesmos sentimentos. Muita gente no mesmo barco. Pode até ser comum, mas, normal, não é.

O que acontece é que muitas mulheres preferem tapar o sol com a peneira, ignorar os sentimentos. Afinal, é mais fácil aconselhar as filhas e as amigas do que encarar os próprios dilemas, certo? Errado outra vez!

Somos “várias” ao longo da vida e aceitar cada fase é importante – e inevitável. “Virar a chave” e reconhecer a nova mulher na qual nos transformamos nos fortalece.

Olhe para o lado, encontre referências, inspire-se nos exemplos de mulheres que encontraram seu novo lugar, que encaram a maturidade plenas e certas de que há vida após os 50, 60, 70 anos.

Olhar amoroso para si

Encare o espelho, acolha a mulher que você é, entenda a nova fase em que você se encontra, busque ajuda para mudar aquilo que não lhe agrada se for preciso.

Quanto antes encontrarmos o nosso ponto de equilíbrio, antes teremos a plenitude para viver o que de melhor nos espera!
Vamos nos curar de tudo aquilo que nos aprisiona, sejam os problemas físicos ou emocionais. Para tudo há uma solução. Só não vale ficar sofrendo.

E eu repito o que disse Gloria Hurtado, “sacuda a poeira, deixe de ser quem era e se transforme em quem é.”
Se precisar de apoio neste processo, eu estou aqui para contribuir.

Seja bem-vinda!

Por: Dra Natacha Machado 

Ginecologista – CRM/SC 20516 | RQE 11831 | TEGO 0685/2005

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