O que acontece com o corpo durante o climatério?

Menopausa é o nome que se dá à fase que encerra o ciclo reprodutivo feminino. É confirmada após um ano da última menstruação. Tão natural quanto inevitável, esse período marca o fim de um ciclo iniciado lá na adolescência, com a menarca.

Como um marco na vida das mulheres, a menopausa provoca inúmeras mudanças no organismo e não acontece de uma hora para outra. Pelo contrário, podemos colocar alguns anos nessa conta. Os sintomas vão surgindo aos poucos e com o tempo, se acentuam, mas só surpreendem mesmo quem não está atenta ao próprio corpo.

Todo esse longo processo tem nome: climatério – período de transição entre a fase reprodutiva e a não reprodutiva, que começa, em média, aos 40 anos. Todas nós vamos passar por isso, mas, como seres únicos, enfrentaremos sintomas variados e com intensidades diferentes. Dito isso, é importante que se tenha um olhar individualizado para cada mulher que vive o climatério.

Para classificar esse período em fases, o climatério foi dividido de acordo com os principais sintomas: pré-menopausa, menopausa e pós-menopausa. Reconhecer as particularidades e sinais desse processo é fundamental para amenizar (ou eliminar) o mal-estar e melhorar a qualidade de vida.

Passei dos 40 anos, devo me preocupar?

O primeiro estágio do climatério é a pré-menopausa. De modo geral, os sintomas se manifestam por volta dos 40 anos e podem durar quase uma década. É nessa fase que começa a ocorrer a queda gradual na produção dos hormônios femininos, principalmente estrogênio e progesterona.

Um dos mais importantes sinais é a irregularidade do ciclo menstrual e as alterações no fluxo. A maioria das mulheres imagina que a menstruação começa a diminuir, mas nem sempre é assim. Ao contrário. É possível que as mulheres tenham aumento do fluxo menstrual, ciclos mais curtos e TPM mais forte.

Por este motivo, a maioria das mulheres nem desconfia que essa alteração seja o início do climatério. À medida que os anos passam, com o organismo produzindo cada vez menos estrogênio e progesterona, os sinais físicos e emocionais se tornam mais frequentes e intensos. Surgem então as famosas ondas de calor (fogachos), insônia, ganho de peso, mudanças de humor, ressecamento vaginal e queda na libido.

Aqui vale um alerta: nem sempre o calorão é o primeiro sintoma a se manifestar. Muitas mulheres ficam esperando por ele para pensar em climatério e esse é um erro. Preste atenção aos outros sinais que o corpo dá. Ao perceber mudanças, mesmo que pequenas, busque ajuda médica. A pré-menopausa dura, em média, oito anos. Ninguém precisa passar todo esse tempo vivendo sem qualidade de vida.

E mais: os sintomas não tratados nessa fase podem se agravar e complicar a saúde.

A menopausa chegou

A mulher pode dizer que está oficialmente na menopausa quando fica sem menstruar por 12 meses consecutivos. É quando está decretado o fim da fase reprodutiva, resultante da perda da atividade folicular ovariana. Ou seja, assim como a menarca, a menopausa é mais uma data do calendário feminino.

A partir daí, os níveis de estrogênio são bem baixos e, além dos sintomas da fase anterior, a mulher pode apresentar novos problemas: acúmulo de gordura abdominal, ressecamento vaginal e dores durante o ato sexual são apenas alguns exemplos.

Em média, a menopausa chega por volta dos 50 anos, mas pode se antecipar em caso de histórico familiar de menopausa precoce, em fumantes, pacientes que fizeram histerectomia (remoção do útero) ou que tenham se submetido a tratamentos de câncer.

Sem um cuidado atento durante a pré-menopausa, a tendência é que os sintomas se acentuem. A lista vai de ondas de calor e suores noturnos até dificuldade para dormir, queda da libido, ressecamento vaginal, desconforto durante o ato sexual, dores de cabeça, alterações de humor, redução da massa muscular, aumento de infecções do trato urinário, depressão, ansiedade, falhas na memória e dificuldade de concentração.

É assustador, mas eu garanto que tem solução. Existem tratamentos para garantir muitos anos de vida boa após a menopausa. Você só precisa aceitar com naturalidade que é apenas a sua capacidade reprodutiva que se encerrou, não o seu futuro.

A dica é buscar orientação, se informar e recorrer a um tratamento especializado. Depois, é só aproveitar essa nova fase da vida. Alimentação equilibrada, controle do estresse, atividade física diária, boas noites de sono e reposição hormonal (ou outro tratamento, se for o caso) podem transformar a sua rotina.

E o que vem a seguir?

Entre a última menstruação e os 65 anos, em média, a mulher enfrenta a pós-menopausa. Os hormônios caem drasticamente e os sintomas do climatério podem se intensificar para quem não faz tratamento. Ocorrem mudanças significativas no organismo, com risco aumentado de doenças cardiovasculares, depressão e osteoporose.

Mais do que nunca, é fundamental se manter saudável e otimista. É hora de ressignificar vários aspectos da vida e aceitar que o corpo não tem mais o mesmo funcionamento e o metabolismo de antes.

Lembre-se que mudar faz parte da nossa trajetória. Já passamos pela adolescência, com hormônios em ebulição; muitas vivenciaram as dores e as delícias da maternidade e sabem o que os hormônios são capazes de fazer em nossas vidas; outras encararam a TPM, cólicas, endometriose, síndrome do ovário policístico e tantos outros problemas típicos das mulheres…

Então, se chegamos até aqui, não há que se temer a menopausa. Há que se tratar.

Quanto mais cedo começar a se cuidar, melhor

A menopausa não é o fim da vida e, com tantos anos pela frente, é necessário vencer os desconfortos que a baixa hormonal causa. A terapia de reposição hormonal (TRH) é um dos tratamentos mais seguros e eficazes para combater os efeitos do climatério.

Os primeiros sinais apareceram? Busque a ajuda necessária para trazer de volta sua saúde e qualidade de vida. Conhecimento é poder. Você já sabe que as alterações podem aparecer por volta dos 40 anos. Portanto, não espere.

Além disso, quanto antes você consultar um especialista, melhor. Existe uma “janela de oportunidade” que determina o período em que a reposição hormonal é indicada. Depois disso, ela não traz mais os benefícios esperados. Converse com seu médico o quanto antes.

O melhor momento para começar o tratamento é na pré-menopausa (início do climatério, quando surgem os primeiros sintomas) ou até dez anos após o fim da menstruação.

Se quiser conversar mais a respeito, estou aqui, pronta para te ouvir e te ajudar.

Por: Dra Natacha Machado 

Ginecologista – CRM/SC 20516 | RQE 11831 | TEGO 0685/2005

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