Adolescência e climatério, duas fases de descobertas e novas possibilidades

Hoje vamos conversar sobre um assunto comum em muitos lares e que, certamente, é desafiador para mães e filhas: lidar simultaneamente com o climatério e a adolescência, dois períodos em que os hormônios se tornam os protagonistas na rotina feminina.

Essa situação é vivenciada atualmente porque o início do climatério ocorre, em média, por volta dos 40 anos. É a partir daí que o organismo dá os primeiros sinais de que a menopausa se aproxima.

Da mesma maneira, a adolescência vem ocorrendo de forma mais precoce, com a menarca (primeira menstruação) entre os 10 e 12 anos, em média.

Definido esse intervalo entre a primeira e a última menstruação, temos aqui uma realidade que vai forçar mulheres e meninas a conviverem, ao mesmo tempo, com drásticas alterações hormonais.

Emoção à flor da pele

Embora a adolescência represente o pico da atividade hormonal e o climatério, um período de baixa produção de hormônios, uma característica é comum nos dois casos: a labilidade emocional.

Tanto adolescentes quanto mulheres no climatério apresentam, com frequência, oscilação de humor, irritabilidade, pouca paciência, instabilidade emocional e, não raramente, passam da euforia à tristeza de forma abrupta.

Mudanças no corpo

Além das questões emocionais e alterações de humor, o corpo também passa por mudanças. Enquanto na adolescência as meninas observam os seios aumentarem, a cintura afinar e o quadril se desenvolver, no climatério é comum o ganho de peso e de gordura abdominal, cabelos e unhas mais fracos, pele fina e ressecada.

Seja qual for o caso, é preciso reconhecer uma nova figura. Adaptar-se a um novo corpo.

Sexualidade

Com a sexualidade aflorada, a adolescente vai se preparando física e psicologicamente para o início da vida sexual. Sobre este tema, vale lembrar que é fundamental o diálogo entre pais e filhos. Já falamos sobre isso aqui no blog. Se você ainda não leu o artigo, aproveite para conferir.

Artigo: Educação sexual: você já conversou com os seus filhos hoje?

Já no climatério, é comum as mulheres se queixarem da perda do desejo sexual. Dois momentos de vida distintos e igualmente importantes, que merecem atenção.

TPM sincronizada

Outro fator interessante a ser considerado em ambientes onde as mulheres convivem é que, não raramente, os ciclos menstruais ocorrem muito próximos. Então, naturalmente, a TPM também se manifesta ao mesmo tempo.

Tratamento

Ninguém precisa sofrer com enxaqueca, cólica, fluxo intenso, oscilação de humor, irritabilidade ou qualquer outra queixa típica da TPM. Para tudo isso há tratamento.

Lembre-se: não é porque você tinha um ou mais desses sintomas e achava isso normal que sua filha precisa conviver com eles. O contrário também é válido.

Se você não tinha TPM e sua filha se queixa, não menospreze o que ela diz.
O mesmo princípio é válido para os sintomas do climatério.

Não pense que é uma fase da vida e que você precisa passar por ela sem ajuda. Se foi assim com a sua mãe, não precisa ser com você.

Tanto os sintomas da menopausa quanto os do climatério têm tratamento e o uso de hormônios não é a única opção. Há diferentes alternativas disponíveis.

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Fase de descobertas

Assim como a adolescência é uma fase de descobertas, de expectativas e de ansiedade à espera do que o futuro reserva, o climatério também pode representar vida plena após os 40 anos.
Isso mesmo!

Ainda que a maioria das mulheres pense nesta etapa como a fase final da vida e muitas sofram com a Síndrome do Ninho Vazio (porque sabem que seus filhos estão alçando voo e logo deixarão a casa dos pais para seguir seus próprios caminhos), a proximidade da menopausa pode – e deve – ser uma oportunidade de descobertas.
Afinal, você, mulher de 40, 50 anos, terá ainda décadas de vida. E o que vai fazer com os anos que virão? A escolha é sua.

Exercícios físicos, alimentação saudável e acompanhamento médico vão garantir o equilíbrio necessário para que você possa colocar todos os seus sonhos e planos em prática.

Sim, o climatério – e depois a menopausa – representam um novo período, mas que pode trazer boas perspectivas e novos prazeres. Um ciclo cheio de ressignificados e aprendizados.

Quer ajuda para conciliar a adolescência de sua filha com a chegada do seu climatério? Conte comigo. Eu reforço: sofrer durante a adolescência ou o climatério não é normal. Os sintomas e incômodos típicos destes períodos têm tratamento.

Por: Dra Natacha Machado 

Ginecologista – CRM/SC 20516 | RQE 11831 | TEGO 0685/2005

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