Aumento de peso na menopausa: ficou difícil manter o peso?

As mudanças durante o climatério são muitas. Anos antes de entrar, efetivamente, na menopausa, as mulheres começam a perceber alterações físicas e emocionais causadas pelas oscilações hormonais.

À medida que os ovários param de funcionar, os níveis de estrogênio caem. Entre os efeitos indesejados estão o ganho de peso e a má distribuição da gordura corporal. Não raramente recebo no consultório pacientes se queixando de que “todos os quilos adquiridos estão concentrados na região abdominal”.

Durante o climatério, o ganho de peso varia entre 5 e 10 quilos. Para quem entra nessa fase acima do peso ideal, o problema se acentua, afinal, se era difícil manter o controle da balança antes, o que dizer agora, quando o organismo desregula e o metabolismo fica mais lento?

Gasto de energia X consumo de calorias

Estudos não faltam para mostrar os efeitos da menopausa no peso das mulheres. O hipoestrogenismo deixa o metabolismo lento, o que aumenta o número de células adiposas. Além disso, nessa fase o corpo precisa de menor energia para se manter, então, todo o excesso de calorias ingerido vai se transformar em gordura.

O Internacional Journal of Obesity – Nature traz uma série de publicações sobre o tema, entre elas pesquisas que mostram que a queda do metabolismo e o aumento da gordura abdominal começam alguns anos antes da menopausa.

Na maioria dos casos, o ganho de peso está diretamente associado às quedas de estrogênio e à redução no gasto de energia – o que não significa que o consumo de calorias aumentou.

Ou seja, mesmo se você mantiver a alimentação que tinha antes do climatério, é possível que engorde. Para compensar, a saída é reavaliar o cardápio e aumentar a atividade física.

O Journal of Aging and Physical também aborda essa questão, mostrando, por exemplo, que as mulheres que fazem reposição hormonal têm um gasto energético maior. Já o Departamento de Endocrinologia da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, acompanhou, por cinco anos, dois grupos de mulheres na menopausa. Quem não fez reposição hormonal aumentou em 2,4 vezes a gordura corporal.

Aumento de peso na menopausa pode ser perigoso?

Ainda que a menopausa tenha influência na questão do peso e as alterações hormonais alterem os padrões de distribuição de gordura (que se acumula na barriga ao invés de quadril, bumbum ou coxas), há outros vilões. Alimentação errada, estilo de vida inadequado e falta de atividade física diária agravam o problema.

E tem mais: a gordura abdominal acumulada nas vísceras pode causar uma série de doenças e complicações cardíacas. Somado a isso, a queda nos níveis de estrogênio também interfere na massa muscular, força e densidade óssea.

O que fazer?

Buscar orientação, fazer a reposição hormonal (após avaliação, indicação médica e acompanhamento, é claro), aumentar o treinamento de resistência (musculação), rever a dieta ou adotar uma alimentação natural e saudável – caso você esteja acostumada a abusar de açúcar, carboidratos, industrializados e ultraprocessados.

Além de um ginecologista especializado em menopausa – que saberá indicar outros tratamentos caso a reposição hormonal não seja uma opção para você – é possível contar com outros profissionais, como nutricionistas, educadores físicos e psicólogos para contribuir nesse processo de controle de peso durante o climatério e pós-menopausa.

Tudo o que você não pode é ficar parada, esperando o tempo passar! Menopausa é atitude. Se quiser ajuda, estou por aqui!

Por: Dra Natacha Machado 

Ginecologista – CRM/SC 20516 | RQE 11831 | TEGO 0685/2005

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