A queixa é comum nos consultórios: na menopausa, a dificuldade de atingir o orgasmo aumenta consideravelmente. Ainda que os sintomas nesta fase da vida sejam diferentes para cada mulher, estudos indicam que em mais de 50% dos casos a disfunção sexual torna-se um problema.
A anorgasmia – ou a incapacidade de chegar ao clímax do prazer sexual – é diferente da falta de libido. Mesmo mulheres que têm desejo sexual podem se deparar com a dificuldade de atingir o orgasmo.
Diante do problema, há quem ainda pense que a menopausa – e tudo o que está associada a ela – é normal, faz parte da vida, foi assim com as avós, tias e mãe e, portanto, assim deve continuar. E há quem, felizmente, já se deu conta de que tudo aquilo que causa desconforto, incômodo ou interfere em nossa rotina e qualidade de vida pode – e deve – ser tratado.
Anorgasmia na menopausa tenho escolha?
Que tipo de mulher é você? Aquela que encara a menopausa com a disposição de quem ainda tem uma vida cheia de planos, sonhos e desejos pela frente? Ou aquela que vai sentar e esperar a velhice chegar?
Lembre-se: a Organização Mundial de Saúde considera o sexo como um dos quatro pilares da qualidade de vida. Então, seja qual for a sua idade, eu posso te ajudar a conviver em paz com a menopausa.
Fisioterapia pélvica e a anorgasmia na menopausa
O estrogênio é o principal hormônio feminino. Sua redução (hipoestrogenismo) é responsável por uma série de sintomas da menopausa, mas nos casos em que não há deficiência hormonal e, portanto, exclui-se a necessidade de reposição, uma alternativa para a anorgasmia é avaliar a qualidade do assoalho pélvico.
Na menopausa, o assoalho pélvico (conjunto de músculos e ligamentos que sustenta a bexiga, útero, intestino e a parte baixa do abdômen) também sofre fragilidade. Neste caso, a melhor indicação para fortalecer a região é a fisioterapia pélvica.
Benefícios da fisioterapia pélvica na anorgasmia durante a menopausa
A fisioterapia pélvica não traz benefícios apenas para a sexualidade da mulher. Com procedimentos específicos, de acordo com o grau de fragilidade do assoalho pélvico de cada paciente, é possível obter outras vantagens como a prevenção ou o tratamento coadjuvante da incontinência urinária.
Em média, as mulheres fazem de 10 a 15 sessões de fisioterapia pélvica em consultório e, depois, seguem com exercícios regulares em casa. Disciplina e persistência são fundamentais para a manutenção dos resultados.
Convenhamos, o esforço vale a pena se for para:
- Recuperar a sensibilidade no local
- Voltar a ter orgasmos de qualidade e boa intensidade
- Melhorar a lubrificação vaginal e
- Prevenir e/ou tratar a incontinência urinária (como já mencionamos antes).
Outros tratamentos
Assim como a fisioterapia pélvica atua no tratamento da anorgasmia, falta de sensibilidade e lubrificação vaginal, outros tratamentos também podem ajudar você, mulher, que deseja ter uma vida sexual plena durante a menopausa.
As queixas de falta de libido e orgasmo insatisfatório, por exemplo, podem ser tratadas com reposição hormonal (se os seus níveis de hormônio estiverem desequilibrados. Nunca é demais lembrar que nenhum tratamento pode ser feito sem acompanhamento médico. Esqueça as indicações da tia, da mãe, da amiga ou da vizinha).
O laser vaginal também é um importante aliado para resolver problemas como a falta de sensibilidade vaginal, de elasticidade ou lubrificação.
Se você quer saber mais sobre qualquer um destes tratamentos, agende uma consulta.
CHECK LIST DO PRAZER
O prazer está associado a uma série de fatores. Se o seu relacionamento amoroso está ok, seu desejo sexual continua perfeito, sua saúde está em dia, mas você não consegue atingir o orgasmo, é hora de buscar orientação médica.
Marque um horário e vamos juntas checar seus níveis hormonais e conversar sobre as vantagens da fisioterapia pélvica e do laser vaginal. Espero por você!
Por: Dra Natacha Machado
Ginecologista – CRM/SC 20516 | RQE 11831 | TEGO 0685/2005
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