Tratamento da menopausa garante mais qualidade de vida às mulheres

Ginecologista Natacha Machado fala sobre as diferentes opções de tratamento, defende a reposição hormonal e desfaz mitos sobre o uso de hormônios e a incidência de câncer

Fase inevitável na vida de mulheres que chegam aos 40 ou 50 anos, a menopausa pode afetar seriamente a rotina, a saúde e a qualidade de vida. Mesmo que nem todas apresentem as dezenas de sintomas comuns neste período, no mínimo 70% delas terão queixas importantes, que vão muito além dos fogachos ou calorões.

De acordo com a ginecologista e mestre em Saúde, Natacha Machado, os sintomas são variados e incluem falta de memória, insônia, dores de cabeça, queda de cabelo, enfraquecimento das unhas, problemas de pele, perda do desejo sexual, ressecamento vaginal, instabilidade emocional, ansiedade e até depressão. “Com tantos problemas justamente em uma fase tão produtiva e ativa das mulheres, não faz sentido sofrer em silêncio achando que isso é normal e faz parte da vida”, diz.

Tratar a menopausa, ensina a médica, é fácil, simples, eficaz, seguro e acessível. “Passamos muito tempo das nossas vidas na pós-menopausa porque hoje vivemos mais e entramos na menopausa cada vez mais cedo. Então eu pergunto: por que viver anos e anos sofrendo se é possível tratar com sucesso todos esses sintomas e recuperar a qualidade de vida?”

Tipos de tratamento da menopausa

Segundo a ginecologista e professora da Univille, Natacha Machado, a primeira linha de tratamento para a menopausa e a mais efetiva é o uso de hormônios. “A preferência é pelos hormônios bioidênticos, que são mais naturais e manipulados em doses individualizadas, mas existem também os sintéticos, comprados em farmácias em dose comercial padrão”, explica.

Independentemente da escolha, o tratamento deve ser prescrito e acompanhado por um médico. Definidos os tipos de hormônios a serem repostos e as doses exatas, as mulheres podem optar por comprimidos diários, adesivos de uso semanal, gel transdérmico ou implantes. “A vantagem do implante é que, uma vez colocado sob a pele, a mulher pode ‘esquecer’ dele por um ano. No caso da via oral, adesivos ou gel, é preciso mais atenção e comprometimento da paciente, já que a irregularidade no uso prejudica a eficácia do tratamento”, alerta Natacha.

Outras opções para o tratamento dos sintomas da menopausa são a fitoterapia e o uso de antidepressivos. No caso dos fitoterápicos, compostos naturais utilizados individualmente ou de maneira associada ajudam a minimizar os efeitos na rotina e na qualidade de vida das mulheres e também devem ser utilizados sob orientação médica. “Por não serem tão eficazes quanto a reposição hormonal, devem ser uma escolha considerada por mulheres que realmente não podem utilizar os hormônios”, sugere a médica.

No caso dos antidepressivos, uma classe de medicamentos age em sintomas específicos como os calorões, insônia e irritabilidade, mas não resolve todos os problemas. Para aumentar a eficácia de qualquer um dos métodos escolhidos, mudanças comportamentais também são importantes. “O ideal é que as mulheres associem esses tratamentos a hábitos de vida saudáveis, meditação, yoga, acupuntura, atividade física e cuidados nutricionais.”

Desmistificando tabus sobre tratamento para menopausa

Apesar da eficácia, a reposição hormonal enfrenta resistências. Isso porque, explica a especialista, as mulheres imaginam que o uso de hormônios favoreça o surgimento do câncer, o que não é uma verdade. “Mulheres em tratamento contra o câncer, com suspeitas ou com predisposição genética a alguns tipos de tumor não estão aptas a fazer a reposição, mas são casos específicos, que devem ser bem avaliados pelo médico. O que as mulheres precisam saber é que o hormônio, por si só, não causa câncer”, diz.

Por isso, reforça a ginecologista, a reposição hormonal ainda é a mais indicada – e segura – para a maioria das pacientes. “Desde a década de 1970 os hormônios são usados no tratamento da menopausa e vale lembrar que a medicina avança dia a dia. Atualmente, conseguimos prescrever doses mais exatas e temos vias mais eficientes, como os implantes subcutâneos”, diz a especialista, lembrando que, por via oral, a dose é sempre mais alta já que o medicamento precisa ser metabolizado pelo fígado, o que não é necessário no caso dos implantes.

Com tantas opções, comenta Natacha, o que não se pode aceitar é que o medo e a desinformação sejam justificativas para que as mulheres ainda sofram com a menopausa. “Os tratamentos estão disponíveis e uma conversa franca com o médico pode esclarecer todas as dúvidas e ajudar na melhor escolha.”

Para saber mais sobre este e outros temas ligados à sexualidade, qualidade de vida e saúde da mulher, é só seguir @natachamachado no Instagram.

Por: Dra Natacha Machado 

Ginecologista – CRM/SC 20516 | RQE 11831 | TEGO 0685/2005

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Texto publicado originalmente no veículos:

Porta Joinville

Aconteceu em Joinville

Jornal Evolução

 

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