A chegada do climatério e da menopausa (quando os hormônios sexuais femininos deixam de ser produzidos) dá sinais claros. Os sintomas podem variar a cada caso, mas raramente passam despercebidos e se impõem como desafios para as mulheres. Na maioria das vezes, eles chegam como uma avalanche, derrubando a qualidade de vida e o bem-estar.
Ondas de calor, ausência da menstruação, suores noturnos, cansaço frequente, alterações de humor, ansiedade, irritabilidade, depressão, insônia, secura vaginal, baixa libido, queda dos cabelos, pele ressecada, enfraquecimento das unhas, dificuldade de concentração, falta de memória, alterações na distribuição da gordura corporal e ganho de peso. Ufa! A lista não é pequena.
É neste momento que a terapia de reposição hormonal (TRH) entra em cena para amenizar os problemas físicos, psíquicos e emocionais dessa fase tão desafiadora quanto inevitável para quem chega à faixa dos 50 anos, em média.
Mas seria essa a salvação para todos os problemas? Não exatamente!
Eu adoraria ter aqui uma receita mágica que pudesse acabar com todos os inconvenientes que chegam junto com a menopausa, mas medicina não é milagre. Saúde e qualidade de vida são uma combinação de esforços e iniciativas que dependem de uma aliança entre médico e paciente.
Então, é um mito dizer que a TRH detém todo o poder. A terapia de reposição hormonal é uma excelente alternativa, uma forte aliada para amenizar os sintomas da menopausa – após uma avaliação médica criteriosa –, mas o bônus só vem quando você assume o protagonismo e a condução da sua vida.
A boa notícia é que, mesmo sem milagres ou fórmulas mirabolantes, o tratamento da menopausa pode sim representar uma nova fase de vida, cheia de boas perspectivas para o futuro.
Quer saber como ter uma vida longa e saudável? Eu te mostro!
Sem conformismo nem preguiça
Se você tem entre 45 e 55 anos, já deve ter enfrentado muitos desafios ao longo da vida. A menopausa é só mais um.
Enquanto um médico experiente cuida dos exames e das prescrições para a sua reposição hormonal, você tem outras tarefas importantes a cumprir para garantir um tratamento de sucesso.
Não existe via de mão única para uma saúde plena. Toda terapia de reposição hormonal precisa de medidas complementares, que estão sob sua responsabilidade.
• Repor hormônios isoladamente não é suficiente para recuperar sua qualidade de vida de forma integral.
• Para que a terapia de reposição hormonal funcione como o esperado, é preciso que você faça mudanças em seu estilo de vida.
• A menopausa requer rotinas saudáveis. Cuide para que seu organismo esteja fisicamente ativo e mentalmente equilibrado.
• O metabolismo muda com a chegada da menopausa. O ganho de peso é comum nesta fase. Por isso, é importante redobrar os cuidados com a alimentação.
• Atividade física deve fazer parte da rotina. Não deixe de incluir exercícios de força, como musculação. É importante garantir a autonomia muscular para os próximos anos.
• O intestino costuma ficar esquecido, mas manter a microbiota e a flora intestinal equilibradas ajudam na metabolização dos hormônios.
• A qualidade do sono é essencial para a saúde. Mantenha uma rotina, com hora para dormir e levantar – inclusive nos finais de semana – e prepare o ambiente. Aparelhos eletrônicos não devem ir junto para a cama.
• A saúde mental é importante para o equilíbrio dos hormônios. Gerencie a ansiedade e o estresse para que eles não se tornem vilões e atrapalhem o seu processo de autocuidado.
Colhendo os frutos
Com todos esses cuidados e bons hábitos de vida, a reposição hormonal será a “cereja do bolo”. Você merece um futuro diferente daquele que é associado negativamente à menopausa, só não pode ficar sentado esperando por um milagre.
Não sofra sozinha porque existem muitas maneiras de aliviar os sintomas, recuperar a qualidade de vida e ter um futuro cheio de vida. Não demore a buscar ajuda nem a tomar as rédeas. Juntas, vamos transformar a sua menopausa em uma bela história.
E não se preocupe: quando a terapia de reposição hormonal não é possível – em função de um histórico clínico, por exemplo – existem outras alternativas de tratamento. Só não vale ficar parada esperando o tempo passar.
Por: Dra Natacha Machado
Ginecologista – CRM/SC 20516 | RQE 11831 | TEGO 0685/2005
