Como controlar a glicose na menopausa?

Você nunca teve problemas relacionados à glicemia e nem tem predisposição genética ao diabetes, mas, de repente, se assustou com uma alteração no resultado dos exames? Isso é mais comum do que se imagina em mulheres na menopausa.

A resistência à insulina, um fator de risco para o diabetes, tem relação com a queda na produção hormonal. O estrogênio e a progesterona são hormônios que auxiliam no controle da insulina em nosso corpo.

À medida que a menopausa se aproxima, os níveis hormonais ficam cada vez menores e, consequentemente, é preciso ligar o alerta para a saúde. Quando o corpo deixa de produzir hormônios adequadamente, uma das tendências é o aumento nos níveis de açúcar no sangue.

Além disso, o aumento da massa gorda e o acúmulo da gordura na região do abdômen – coisas bem comuns no climatério – também contribuem para alteração no índice glicêmico (açúcar no sangue).

O que causa resistência à insulina na menopausa?

Em circunstâncias ideais, o pâncreas produz insulina para fazer a glicose circular nas células do corpo. Quando esse sistema falha, ocorre a resistência à insulina. Não é difícil concluir que, com o metabolismo mais lento, o organismo enfrente dificuldades para manter a glicose estável.

Como resposta, o pâncreas produz ainda mais insulina, fazendo com que o organismo perca progressivamente a sensibilidade ao hormônio. Essa condição leva à dificuldade na absorção da glicose no sangue, gerando complicações como pré-diabetes e diabetes tipo 2.

Por que se preocupar com o controle da glicose na menopausa?

O diabetes mellitus se manifesta quando os níveis de açúcar no sangue se elevam. A doença é considerada um problema de saúde pública e as previsões vem sendo superadas a cada nova triagem.

Em 2010, a projeção global da Federação Internacional de Diabetes (IDF) era de que, em 2025, 438 milhões de pessoas teriam a doença no mundo. Ainda estamos em 2023 e essa previsão já foi ajustada para 463 milhões.

O Brasil é o 5º país em incidência de diabetes no mundo, com 16,8 milhões de adultos doentes.

Fique de olho nos exames e nos hábitos na menopausa

O primeiro passo para monitorar a resistência à insulina é fazer exames periódicos. Ter um diagnóstico precoce é essencial. Os exames para avaliar a glicemia e a insulina em jejum, bem como os parâmetros depois da ingestão de açúcar, devem ser rotina.

Para evitar o resultado positivo para a doença no climatério, a primeira preocupação é controlar o peso e rever os hábitos alimentares. Para compensar o metabolismo lento, o melhor jeito é reduzir o consumo de calorias e aumentar o gasto energético.

Sem atividade física e dieta saudável, a conta não fecha.

Anote aí: quanto mais peso a mulher adquire nessa fase, mais chances ela tem de desenvolver a resistência à insulina.

Queratose pilar e a acantose nigricans

O diabetes é uma condição metabólica que afeta múltiplos órgãos, inclusive a pele. Por isso, é essencial ficar de olho nas alterações de coloração e textura. A acantose nigricans e a queratose pilar são exemplos de condições da pele associadas ao diabetes.

• Acantose nigricans – manifestação comum que antecede o diabetes, coincidindo, muitas vezes, com obesidade e elevação da insulina no sangue. É caracterizada por manchas escuras e espessamento da pele, com aspecto aveludado, em áreas do corpo como pescoço, dobra das axilas e virilhas, cotovelos e articulações dos dedos das mãos.

• Queratose pilar – é outro problema de pele comum em casos de resistência à insulina. A queratose pilar se manifesta com pequenas bolinhas que surgem nos braços, nas coxas, nos glúteos e, às vezes, nas bochechas. Normalmente, incomoda apenas pela aparência, mas serve de alerta para a possibilidade de um distúrbio metabólico.

A aplicação de creme hidratante à base de ureia e a ingestão de antidiabético são medidas paliativas. O mais eficaz é combater a obesidade com a prática regular de exercício físico e dieta. Essa dupla é fundamental para controlar os distúrbios metabólicos.

Nunca é demais lembrar

A resistência à insulina é apenas uma das várias reações que o desequilíbrio hormonal pode desencadear nas mulheres. Por isso, todos os sinais e sintomas devem ser relatados ao médico.

Preste atenção ao seu corpo e ao seu organismo. O climatério se mostra de diferentes maneiras e as mulheres mais atentas têm a oportunidade de começar o tratamento mais cedo. Conte comigo para ajudá-la!

Por: Dra Natacha Machado 

Ginecologista – CRM/SC 20516 | RQE 11831 | TEGO 0685/2005

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