As doenças cardiovasculares são as que mais matam as mulheres e, no Brasil, chegam a representar até 30% das causas de óbito depois dos 40 anos, superando os casos de câncer de mama. Ainda que o câncer seja o que mais assusta as mulheres, é o infarto do miocárdio que mata três vezes mais no país.
Ser o recordista do ranking na América Latina não é motivo de orgulho, mas representa uma excelente oportunidade para falar no assunto. Uma ótima chance para discutir o tema e falar sobre prevenção, não é mesmo?
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o risco de infarto é 50% maior entre as mulheres em comparação aos homens, principalmente na menopausa. Isso acontece por uma série de fatores, mas um deles é o declínio nos níveis de estrogênio.
O estrogênio tem um efeito protetor contra as doenças cardiovasculares. Esse “aliado” do coração estimula a dilatação dos vasos e facilita o fluxo sanguíneo. A questão é que, na menopausa, esse hormônio deixa de ser produzido naturalmente, aumentando de três a sete vezes os riscos de infarto.
Evidentemente, esse não é o único problema. A saúde cardíaca requer outros cuidados que devem ser adotados ao longo de toda a vida.
Fatores de risco para doenças cardíacas
De nada adianta contar com a ajuda do estrogênio se as mulheres não tiverem cuidados com a saúde e a qualidade de vida. Confira outros fatores de risco para doenças cardíacas:
- Aumento da circunferência abdominal;
- Tabagismo;
- Hipertensão;
- Alteração nos níveis de colesterol;
- Sedentarismo;
- Histórico familiar;
- Estresse;
- Dieta rica em gordura e carboidratos.
Fogachos e infarto
Pesquisadores indicam uma relação entre os fogachos e a incidência de infartos. A intensidade dos calorões – e não a frequência – pode aumentar a chance de incidentes cardiovasculares, segundo um estudo publicado no American Journal of Obstetrics and Gynecology.
Por isso, é importante incluir na rotina o checkup cardiológico após os 40 anos. Quanto mais saudável a mulher estiver quando chegar na menopausa, melhor.
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Reposição hormonal para proteger o coração
A reposição de estrogênio ajuda a proteger o coração e é importante que as mulheres comecem o tratamento logo que surgirem os primeiros sinais do climatério. A chamada “janela de oportunidade” vai somente até os primeiros anos pós-menopausa.
Ao começar a terapia de reposição hormonal no prazo certo, o risco cardíaco é reduzido e os efeitos negativos da menopausa no bem-estar das mulheres podem ser controlados.
Além disso, não custa lembrar: controle do estresse e da ansiedade, sono de qualidade, atividade física diária e alimentação saudável fazem parte do seu pacote de saúde.
Se você já chegou no climatério, dê mais atenção ao seu coração e conte comigo para orientar sobre a terapia de reposição hormonal ou outras formas de passar por essa fase sem sustos.
Por: Dra Natacha Machado
Ginecologista – CRM/SC 20516 | RQE 11831 | TEGO 0685/2005