Ser infeliz e se sentir sozinha são os combustíveis para a aceleração do nosso relógio biológico. Isso mesmo! As pessoas que evitam relacionamentos sociais, não têm amigos e escolhem o caminho da amargura e da solidão ficam até um ano e oito meses mais velhas.
É isso o que diz um estudo feito pela Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, em parceria com a Deep Longevity – instituição focada em estender a longevidade produtiva saudável e aumentar o desempenho humano.
A explicação é simples: as emoções negativas causam danos à saúde. São piores, inclusive, do que fumar. Segundo os pesquisadores, o tabagismo acelera o envelhecimento em um ano e três meses – 5 meses a menos do que a infelicidade.
A solução para evitar isso também é simples. Ser uma pessoa feliz, bem resolvida e em paz consigo traz muito mais do que bem-estar: mantém a saúde e a juventude do corpo.
O alerta vale para todos, mas é essencialmente importante para as mulheres na menopausa. Uma vez que os hormônios começam a falhar, há uma tendência maior de surgirem sintomas depressivos.
Declínio biológico
O estudo da Universidade de Stanford se baseou nos dados de mais de 12 mil adultos chineses, todos de meia-idade. Para analisar as informações, os pesquisadores parearam os participantes por idade cronológica e sexo.
Todos os resultados foram comparados para estabelecer quais grupos estavam envelhecendo mais rápido. Entre os que se sentiam solitários ou infelizes, a idade biológica aumentou.
De olho na saúde emocional
As mulheres precisam manter os alertas ligados. A menopausa é uma fase crítica e provoca alterações de humor, insônia, ansiedade e melancolia. Em casos mais sérios, existe a possibilidade de depressão ou outros transtornos psicológicos que precisam de acompanhamento especializado.
Então, se as variações de humor forem muito intensas, é necessário procurar ajuda. A saúde mental é tão importante quanto a física.
E ainda que os hormônios sempre levem a culpa, nem sempre eles são os vilões. Fatores psicossociais se acentuam no climatério. Isso porque, em média, a menopausa chega aos 50 anos, época que coincide, em muitos casos, com a saída dos filhos de casa.
A mudança na rotina pode contribuir para estados depressivos. É nessa fase também que as mulheres costumam fazer um balanço das suas conquistas, do status profissional, do relacionamento, dos sonhos ainda não realizados… Bate uma certa melancolia.
De qual lado você está?
A diferença na velocidade com que cada pessoa envelhece está na forma de encarar a vida: de forma construtiva ou não. O assunto é tão sério que a Organização Mundial da Saúde escolheu “Cognição e Humor” como tema para o Dia Mundial da Menopausa 2022.
Para a OMS, o apoio às questões social, psicológica e física durante 00o climatério e a menopausa deve ser parte integrante dos cuidados de saúde.
Compartilhar sentimentos, medos e preocupações sobre a menopausa é uma das coisas mais saudáveis que você pode fazer por si. Busque o apoio da família e das amigas. A identificação com outras mulheres vai ajudá-la.
Seja franca com sua parceria, fale sobre seus sonhos e desejos. Não esqueça, é claro, de conversar com seu médico. A menopausa tem tratamento e a ajuda de um especialista é fundamental para controlar os sintomas.
Por: Dra Natacha Machado
Ginecologista – CRM/SC 20516 | RQE 11831 | TEGO 0685/2005
