Por que a urina escapa? Conheça os principais distúrbios geniturinários do climatério

Você já teve uma crise de tosse ou de riso interrompida pela sensação da urina escapando? 

Fez um exercício com peso na academia ou pulou cordas e percebeu, de novo, o escape de urina? 

Se você respondeu sim e tem mais de 40 anos, acredite, você não está sozinha. Essa dificuldade de segurar a urina pode ser comum no climatério. A queda nos níveis de estrogênio traz uma série de “novidades” indesejadas ao dia a dia e, entre elas, estão a incontinência urinária e a síndrome geniturinária.

Qual a diferença entre elas?

Incontinência urinária

Perda involuntária de urina, causada pelo enfraquecimento das estruturas musculares que sustentam os órgãos pélvicos.

Síndrome geniturinária

Causada pelo hipoestrogenismo, tem sintomas como secura vaginal, desconforto ou dor nas relações sexuais, prurido vulvovaginal, infecções recorrentes, irritação e queimação genital, urgência urinária ou frequência urinária aumentada.

Não seja mais um número na estatística

As alterações hormonais provocam mudanças no tecido da região genital provocadas por alterações da microbiota e do pH da vagina típicas da baixa no estrogênio. A bexiga também pode ser afetada.

Ou seja, com a proximidade da menopausa, as mulheres sofrem mais com o problema. Estima-se que no climatério, a síndrome afete cerca de 20% das mulheres. Com o passar do tempo e falta de tratamento, a prevalência pode chegar a 90%.

No caso da incontinência urinária, cerca de 35% das mulheres com mais de 40 anos apresentam o problema, segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).

Não é porque esses distúrbios são comuns que as mulheres devem ignorá-los. Não dá simplesmente para achar que é algo normal da idade. Se não tratados, esses problemas ficam crônicos e, na pior das hipóteses, irreversíveis.

Além da incontinência urinária e da síndrome geniturinária (por muito tempo conhecida como atrofia genital), outra queixa que surge no climatério é a cistocele.

A cistocele ocorre quando há um enfraquecimento da musculatura do períneo, levando ao descenso da bexiga. Os sintomas do prolapso da bexiga ou bexiga caída, como a cistocele é mais conhecida, incluem sensação de pressão na pélvis e na vagina, desconforto ao se esforçar e impressão de que a bexiga não fica totalmente esvaziada, mesmo depois de urinar. Estima-se que 20% das mulheres sejam afetadas em todo o mundo.

Prevenção e tratamento

Se a principal causa desses problemas está associada ao hipoestrogenismo, uma característica do climatério, qual a solução?

Usando a mesma estratégia adotada para acabar com os outros sintomas dessa fase: a reposição hormonal. Essa é a primeira linha de tratamento e deve ser individualizada, prescrita conforme as necessidades de cada mulher e acompanhada por um especialista.

Existem ainda outros métodos – hormonais ou não -, como o uso de pomadas, lubrificantes e hidratantes. O importante é que, seja qual for o tratamento, ele seja feito sempre com indicação médica. 

A tecnologia é outra aliada, com excelentes resultados no uso de radiofrequência íntima ou o laser vaginal. 

Por fim, para potencializar a eficácia do tratamento, a dica para todas as mulheres o climatério é melhorar o estilo de vida. Hábitos saudáveis e uma conversa franca um médico especialista em menopausa são a chave para encarar os desafios do climatério.

Conte comigo!

Por: Dra Natacha Machado 

Ginecologista – CRM/SC 20516 | RQE 11831 | TEGO 0685/2005

eBook Gratuito Saiba tudo sobre Menopausa e Reposição Hormonal. Dra Natacha Machado

Imagem by Freepik

Compartilhar:

VEJA TAMBÉM