Saúde intestinal: por que a menopausa afeta as idas ao banheiro?

O organismo é uma máquina perfeita quando todas as engrenagens funcionam corretamente e são bem cuidadas. O problema é que, com o tempo, algumas “peças” começam a falhar e comprometem o equipamento inteiro.

No climatério, as mulheres relatam dezenas de sintomas que são provocados, basicamente, por “defeitos” em um só conjunto de peças: os hormônios.

A queda na produção hormonal, especialmente o estrogênio, tem consequências para o cérebro, bexiga, músculos, pele, ossos, sistema reprodutivo e metabólico etc. As emoções também ficam alteradas. 

E pasmem! Até o intestino sofre no climatério!

Segundo cérebro

Considerado nosso segundo cérebro por abrigar cerca de 100 milhões de células nervosas, o intestino tem funções essenciais para a saúde, especialmente relacionadas à nutrição e às defesas do organismo.

Além disso, o intestino interfere diretamente no humor e no comportamento – exatamente como faz o cérebro. Ou seja, o maior órgão do sistema digestivo (o intestino) não pode, de fato, ser ignorado.

No intestino delgado é onde ocorre a absorção de nutrientes dos alimentos. Já o intestino grosso é responsável pela absorção da água que vai garantir a quantidade necessária de líquido para a formação e eliminação das fezes.

Outra função do intestino está relacionada ao sistema imunológico. O órgão abriga uma grande quantidade de tecido linfático, as placas de Peyer, que ajudam nas defesas do organismo contra doenças e infecções.

Ou seja, a microbiota intestinal tem um conjunto de trilhões de micro-organismos, como bactérias, vírus e fungos que habitam toda a região do trato gastrointestinal. Essa diversidade de micro-organismos desempenha um papel importantíssimo para a saúde.

Problemas intestinais no climatério? Sim, eles existem!

Ao chegar no climatério, muitas mulheres percebem alterações intestinais.

Os efeitos vão do estufamento abdominal às dificuldades de digestão, passando por constipação, prisão de ventre, sensibilidade alimentar, deficiência na absorção de vitaminas e maior probabilidade de câncer de intestino. 

Esses problemas estão relacionados à baixa na produção de estrogênio e de progesterona. Uma das funções do estrogênio é manter os níveis de cortisol baixos. Sem estrogênio, o cortisol aumenta. 

Reconhecido principalmente como o hormônio do estresse, o cortisol afeta diversas partes do corpo humano, já que a maioria das células têm receptores do hormônio. Naturalmente, uma das “vítimas” é o intestino. 

O cortisol retarda o sistema digestivo e dificulta liberação das fezes. Com a lentidão no processo digestivo, uma quantidade maior de água é reabsorvida pelo organismo e o resultado são fezes mais secas, constipação, aumento de gases, estufamento e até inchaço.

Boas razões para cuidar do intestino

O intestino é o responsável pela quebra de alimentos em nutrientes. Quando a absorção não ocorre de forma adequada, o funcionamento de vários órgãos fica prejudicado. 

É também no intestino que ocorre a produção de hormônios neurotransmissores, que regulam o humor, apetite e outros processos fisiológicos. Quem cuida da saúde do intestino mantém a regulação do metabolismo e o controle de peso.

Como ter boa saúde intestinal

Se você está no climatério e já percebeu mudanças em seu intestino é hora de cuidar melhor desse órgão que costuma ser negligenciado. Anote algumas dicas para melhorar sua saúde intestinal.

Alimentação

  • Aumente o consumo de fibras

As fibras ajudam a regular o trânsito intestinal, aumentam a saciedade e melhoram a saúde da microbiota intestinal. Fontes de fibras: frutas, legumes, verduras, grãos integrais e leguminosas.

  • Beba bastante água

A água é essencial para o bom funcionamento do intestino porque mantém as fezes macias e facilita a evacuação. Recomenda-se beber cerca de 35 ml de água por quilo corporal.

  • Consuma probióticos

Os probióticos são bactérias benéficas para o equilíbrio da microbiota intestinal. Eles podem ser encontrados em alimentos fermentados, como iogurte, kefir, kombucha e chucrute ou em suplementos alimentares.

  • Evite alimentos que piorem os sintomas

Alguns alimentos podem piorar os sintomas intestinais, como frituras, alimentos processados, açúcar, bebidas alcoólicas e cafeína.

Atividade física

  • A prática regular de atividade física estimula o trânsito intestinal. Recomenda-se pelo menos 30 minutos de atividade física por dia.

Outras medidas

  • Manter o peso adequado: o excesso de peso pode contribuir para a constipação e aumenta o processo inflamatório sistêmico.
  • Gerenciar o estresse: o estresse pode afetar o funcionamento do intestino, por isso é importante encontrar formas de relaxar, como meditação, yoga ou exercícios respiratórios.
  • Procurar ajuda médica: se os sintomas intestinais forem persistentes é importante consultar um médico para descartar outras causas e receber o tratamento adequado.

Dicas extras

  • Consumir alimentos prebióticos: os prebióticos são alimentos que servem como “alimento” para as bactérias benéficas do intestino. Fontes de prebióticos incluem banana, alho, cebola, aveia e aspargos.
  • Evitar o uso excessivo de laxantes: o uso excessivo de laxantes prejudica o funcionamento do intestino.
  • Manter uma rotina regular de evacuação: tentar evacuar no mesmo horário todos os dias ajuda a regular o trânsito intestinal.

Lembre-se: cuidar da saúde intestinal no climatério é importante para melhorar a qualidade de vida e prevenir doenças. 

Por: Dra Natacha Machado 

Ginecologista – CRM/SC 20516 | RQE 11831 | TEGO 0685/2005

eBook Gratuito Saiba tudo sobre Menopausa e Reposição Hormonal. Dra Natacha Machado

 

Imagem by Freepik

Compartilhar:

VEJA TAMBÉM