Como evitar recaídas no tratamento da menopausa

Da entrada no climatério até a pós-menopausa, passamos por muitas transformações. O corpo muda, o metabolismo não é mais o mesmo, o organismo deixa de funcionar perfeitamente e quase não nos reconhecemos.

A lista de sintomas físicos, psíquicos e emocionais da menopausa varia de mulher para mulher, mas, com certeza, os impactos dessa fase não passam despercebidos.

As queixas vão de falta de libido à irritabilidade extrema, passando por momentos de melancolia, aumento do estresse e até depressão. Faltam disposição e energia para quase tudo.

A pele fica mais flácida, fina e ressecada. A libido cai, a lubrificação vaginal desaparece, a insônia se torna comum, o cabelo e a unha enfraquecem e as ondas de calor e o suor noturno passam a ser incômodos.

Mesmo com intensidade diferente em cada fase do climatério, não tem jeito, os sintomas interferem na qualidade de vida ds mulheres e podem durar anos. A solução está no tratamento, que deve iniciar assim que os primeiros sinais surgirem – em média oito anos antes da menopausa propriamente dita.

A dúvida é: por que, mesmo fazendo tratamento, alguns sintomas aparentemente controlados voltam a incomodar? O que são essas recaídas ao longo dos anos? Como evitá-las?

Nada está escrito em pedra

Somos seres em constante mudança e nossa saúde é influenciada por diferentes fatores. No climatério, não é apenas a reposição hormonal que garante a saúde e o bem-estar. É preciso rever o estilo de vida, os hábitos alimentares, cortar o açúcar e o álcool, fazer atividade física diária, não fumar, cuidar da saúde mental e fazer a higiene do sono.

Cada vez que um aspecto desses é alterado, seu organismo se manifesta. Além disso, os níveis hormonais são diferentes em cada fase do climatério. A prescrição do tratamento, o tipo de hormônio e as dosagens recomendadas também mudam à medida que os anos passam.

Ou seja, o tratamento vai muito além de pegar uma receita e sumir do consultório. Acredite, durante o climatério você precisará de um ginecologista experiente para “chamar de seu”. Só as consultas e exames de rotina vão dizer se o tratamento continua adequado.

Não dê bobeira

Muitas mulheres caem nessa cilada, mas é um risco acreditar que, com os sintomas estabilizados, basta repetir o mesmo tratamento o resto da vida.

As dosagens precisam ser revistas periodicamente por um especialista. Mesmo após iniciada a reposição hormonal, a mulher deve permanecer atenta aos sintomas. Ao menor sinal de alteração ou recaída, informe ao seu médico.

Na menopausa, o monitoramento da saúde deve ser frequente, com reavaliações médicas semestrais ou anuais, dependendo de cada caso.

Outro lembrete importante é que não existe um prazo determinado para encerrar o tratamento. A reposição hormonal pode ser mantida enquanto os benefícios persistirem, nas formas e dosagens necessárias a cada fase. O tratamento pode levar anos, mas sempre vale a pena.

Hormônios protetores

Outro erro muito comum das pacientes é interromper a reposição hormonal por conta própria – seja porque os sintomas desapareceram ou porque ouviu o “conselho” de um conhecido.

Quando o uso de hormônios é interrompido, os sintomas podem voltar. E pior, outros problemas podem surgir, como a osteoporose ou doenças cardiovasculares.

Os hormônios são fatores protetores para doenças cardiovasculares, para a saúde óssea e até mesmo na detecção precoce de doenças como o câncer de mama, já que as pacientes em tratamento contra os sintomas da menopausa fazem exames constantemente.

Seu médico, seu aliado

Mesmo quem recorre à reposição hormonal não está livre de médicos ou de recaídas. Pelo contrário, deve manter a atenção e incluir checkups de rotina. Com as dosagens ajustadas e os exames em dia, aí sim o seu futuro será muito mais saudável.

Por: Dra Natacha Machado 

Ginecologista – CRM/SC 20516 | RQE 11831 | TEGO 0685/2005

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