Os divórcios aumentaram no Brasil, especialmente entre casais com pessoas acima de 50 anos. De acordo com o IBGE, em 2021, 25,9% dos divórcios foram entre brasileiros nessa faixa etária. Em muitos casos, a iniciativa pelo fim do casamento foi da mulher.
Com a vida profissional e financeira estabelecida, os filhos crescidos e as reflexões que se acentuam na maturidade, muitas mulheres se encorajam e decidem colocar um ponto final nos relacionamentos fracassados.
Tem “dedo” da menopausa nas estatísticas de divórcio?
A menopausa é uma fase de muitas mudanças físicas e emocionais que podem, sim, ter um impacto significativo nos relacionamentos. Quem chega à essa altura da vida certa de que não precisa mais agradar aos outros e passa a valorizar a própria felicidade começa a questionar, inclusive, a vida a dois.
Não é que a menopausa seja a responsável pelos divórcios. É que muitas mulheres chegam aos 50 anos com a sensação de que é a hora de refazer planos e priorizar seu bem-estar. Relacionamentos “mornos” entram na lista das insatisfações a serem resolvidas. É comum que as mulheres na menopausa decidam tirar a poeira debaixo do tapete.
Não tome decisões precipitadas
Somados a uma fase de autoavaliação, os sintomas físicos e emocionais chacoalham a vida das mulheres na menopausa. Irritabilidade, depressão, ansiedade, oscilações de humor, redução da libido e até dor na relação sexual – se não tratados – atrapalham a rotina, a intimidade e a cumplicidade do casal.
Ou seja, relacionamentos que não estão sólidos quando a mulher chega à menopausa tendem a ser questionados e, em muitos casos, encerrados.
Evidentemente, o divórcio não deve ser uma decisão tomada por impulso. Há uma série de fatores a serem avaliados e ajustados. Terapia de casal, conversas francas, lembrar as qualidades da parceria quando vocês se conheceram, recordar os motivos que fizeram você se apaixonar, recuperar o clima de namoro e romance, ajustar os níveis hormonais.
Tudo isso precisa ser feito para que as mulheres tenham a certeza de que o relacionamento ainda tem chances. Fale com sua parceria sobre o que está acontecendo, busque ajuda de especialistas, invista na relação. Com paciência, carinho e compreensão é possível manter a intimidade e o amor mesmo durante a menopausa.
Em toda crise há uma oportunidade
Nenhuma mulher é obrigada a ficar casada se, realmente, estiver infeliz. Se a maturidade trouxer a certeza de que ela é mais feliz sozinha, que assim seja. Há muita vida após a menopausa e, como sabemos, nunca é tarde para correr atrás dos sonhos.
Qualquer que seja a sua decisão, lembre-se: tanto o “velho” quanto um novo amor precisa ser nutrido e bem cuidado. Isso exige determinação, paciência e perseverança. Se você estiver disposta, não é tão difícil:
• Fale com a parceria sobre seus sentimentos e dúvidas. Seja honesta e busquem juntos a solução. A falta de comunicação é um erro grave em qualquer relação.
• Tenha ajuda médica para lidar com os sintomas incômodos da menopausa.
• Pequenos gestos de carinho e afeto são essenciais no relacionamento. Dê presentes, prepare um jantar especial, elogie a parceria, planeje momentos a dois.
• Mantenha a sua independência e a individualidade. Mesmo em um casamento, não é necessário fazer tudo junto.
• Construa uma base sólida de amizade. Afinal, antes de tudo, vocês são grandes amigos.
• Segure a sua raiva e evite grosserias. Mesmo em uma discussão, não se exceda. Algumas coisas ditas na hora da raiva podem magoar profundamente.
• Mantenha sua vida sexual ativa, namore, converse sobre sexo, crie um clima de romance e intimidade.
• Não tente lidar sozinha com todos os problemas do casal. Se for preciso, busque ajuda especializada.
Se você está no climatério e percebeu mudanças no seu casamento, vamos avaliar juntas quais podem ser as causas e encontrar a melhor solução. Conte comigo!
Por: Dra Natacha Machado
Ginecologista – CRM/SC 20516 | RQE 11831 | TEGO 0685/2005
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