5 dúvidas e 5 certezas sobre a menopausa: qual é a sua?

A entrada no climatério e a chegada da menopausa são marcadas por muitas dúvidas. É um acontecimento natural e inevitável, mas que ainda assusta. Isso porque há uma série de informações equivocadas, mitos e tabus sobre o assunto.

Nesse caso, a informação é o melhor remédio.

5 dúvidas comuns sobre a menopausa

1. O que é, exatamente, a menopausa?

Menopausa é o nome dado ao fim do ciclo reprodutivo da mulher. É confirmada um ano após a última menstruação e ocorre, em média, entre os 45 e 55 anos.

Além da data da última menstruação, exames clínicos e laboratoriais ajudam no diagnóstico e na definição do melhor tratamento para cada mulher.

Entre os exames mais comuns estão o FSH (hormônio folículo-estimulante), o LH (hormônio luteinizante), o estradiol e a testosterona.

2. Por que os sintomas do climatério começam bem antes da menopausa?

Na menopausa, o organismo deixa de produzir hormônios importantes, como a progesterona e o estrogênio. Só que nada disso acontece de uma hora para outra.

Antes de a menstruação cessar de vez, a mulher sente os efeitos da oscilação hormonal. É o chamado climatério, que ocorre cerca de oito anos antes da menopausa.

Com a diminuição das funções ovarianas, os ciclos menstruais se tornam irregulares e surgem muitos outros sintomas físicos e emocionais.

3. A menopausa só chega quando a mulher começa a sentir os calorões?

Algumas mulheres passam pelo climatério sem os fogachos (os famosos calorões que surgem subitamente na face, pescoço e tronco). Eles não acontecem com todo mundo e tampouco são o único sinal.

Existem outras dezenas de sintomas. Por isso, é importante ficar atenta a todas as mudanças físicas, emocionais e no relacionamento sexual.

Além dos fogachos, as mulheres apresentam ciclos menstruais irregulares; alterações na elasticidade da pele; cabelos e unhas quebradiços; aumento da gordura abdominal; infecções urinárias e ginecológicas; ressecamento vaginal; dor na penetração; diminuição da libido; fadiga; apatia; melancolia; ansiedade; oscilações de humor etc.

4. A reposição hormonal aumenta o risco de câncer?

Os sintomas desagradáveis do climatério podem acabar com a qualidade de vida e o bem-estar da mulher. A terapia de reposição hormonal “personalizada” é a primeira linha de tratamento, mas enfrenta resistências pelo receio de que aumente o risco de câncer.

Fora os casos em que a mulher tem alguma contraindicação, os tratamentos hormonais são seguros – sempre com orientação médica, evidentemente. Hoje, existem hormônios bioidênticos e diferentes formas de administração, que podem ser por via oral, gel, adesivos ou implantes.

Tudo depende da pessoa e do seu histórico de saúde. Como escolher? Conversando muito com seu médico. Se a terapia de reposição hormonal não for possível, existem outras soluções e métodos alternativos para aliviar os sintomas.

5. Se minha mãe não teve sintomas, também não terei?

Isso não é verdade. Cada mulher é única e vai encarar o climatério e a menopausa de formas diferentes. Fatores hereditários podem influenciar na menopausa precoce (antes dos 40 anos). Nesses casos, o histórico familiar é importante. Se a mãe ou as irmãs entraram cedo na menopausa, essa chance aumenta. Fora isso, os sintomas da mãe não são indicações para a filha.

Aliás, até bem pouco tempo atrás, mulheres quase não falavam sobre a menopausa. Nem entre amigas, com filhas ou com médicos. Era como se sua chegada significasse um caminho vergonhoso para a velhice. Talvez por isso sua mãe nunca tenha se queixado dos sintomas.

5 certezas indiscutíveis

1. Com tanta informação e tratamento, as mulheres não precisam sofrer em silêncio.

Falar sobre a menopausa é importante e pode ser o primeiro passo para se sentir melhor, aprender sobre o assunto e aceitar essa nova fase da vida. Ter vergonha por quê? Todas as mulheres do mundo, por volta dos 50 anos, passaram, passam ou passarão por isso.

Não hesite em consultar um médico e buscar o alívio dos sintomas. Com ou sem o uso de hormônios dá para driblar todos os desconfortos. Busque orientação especializada, priorize a informação de qualidade e encare o futuro com mais tranquilidade!

2. A menopausa é uma fase cheia de possibilidades e oportunidades.

Sim, é! Esqueçam a ideia de que a menopausa é o começo do fim. Por mais difícil e complicada que essa fase possa parecer, a verdade é que hoje há muitas alternativas para contornar os sintomas e manter a qualidade de vida. Não aceite viver mal.

Com exames de rotina e tratamento em dia, é mais fácil sonhar e traçar novos planos. O mundo se abriu para a terceira idade. Se os filhos saíram de casa, olhe a situação pelo ângulo bom: mais tempo para você e para fazer coisas que antes ficavam em segundo plano. Agora, você pode ser a sua prioridade.

3. A vida sexual não acaba com a chegada da menopausa.

Não mesmo. A mulher não está condenada a ter relações sexuais sem prazer e com dores depois da menopausa. Muitas, inclusive, redescobrem o prazer.

É verdade que uma das características da baixa produção hormonal é a diminuição da libido, ressecamento e atrofia vaginal. E isso atrapalha! Mas nem sempre a culpa é só dos hormônios.

Além do fator fisiológico, há ainda o aspecto psicológico, que impacta diretamente na disposição para o sexo. A qualidade do relacionamento e a baixa autoestima são outros problemas e influenciam nesse assunto.

A boa notícia é que há solução. Reposição hormonal e uso de novas tecnologias, como o laser vaginal, associadas a uma abordagem interdisciplinar com psicólogo, psiquiatra, terapeuta ou educador sexual farão toda a diferença.

4. Bons hábitos de vida são essenciais no tratamento da menopausa.

Cuidar do corpo e da mente é essencial em todas as fases da vida. Por que seria diferente na menopausa?

Ter bons hábitos de vida, alimentação balanceada, praticar exercícios físicos e dormir as horas necessárias tornam tudo mais fácil. Incorpore à rotina práticas de meditação e relaxamento, beba água, evite álcool, cigarro e outras drogas, tome sol, alegre-se por ter vivido até aqui e seja feliz!

5. A menopausa encerra o ciclo reprodutivo e a mulher não pode mais engravidar.

Na menopausa, a mulher não consegue engravidar de forma natural e espontânea porque os ovários cessam a produção de progesterona e estrogênio, o que impede o amadurecimento dos óvulos e o crescimento do endométrio.

A menopausa propriamente dita requer 12 meses seguidos sem menstruar (sem que isso tenha associação com doenças hormonais ou transtornos psicológicos). Portanto, após a menopausa, engravidar é uma opção apenas por fertilização in vitro.

Mas lembre-se: durante o climatério, mesmo com alterações no ciclo menstrual, essa possibilidade ainda existe. Se você não planeja mais ter filhos, não descuide nos métodos contraceptivos.

Por: Dra Natacha Machado 

Ginecologista – CRM/SC 20516 | RQE 11831 | TEGO 0685/2005

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