Crises de pânico no climatério: por que elas ocorrem?

Batimentos cardíacos acelerados, dificuldade para respirar, tontura, formigamento nos braços, suor frio, calafrios, dores no peito e o medo iminente de morrer. Quem já experimentou uma crise de pânico compreende a intensidade assustadora desses sintomas. Muitas vezes confundida com um infarto, a crise de pânico é um episódio de ansiedade súbita e intensa, acompanhada de manifestações físicas, levando cada vez mais mulheres às emergências hospitalares.

Além disso, as crises de pânico têm se tornado uma queixa frequente nos consultórios médicos, especialmente durante o climatério. Estatísticas indicam que ao longo da vida, entre 15% e 30% das pessoas enfrentarão pelo menos um ataque de pânico, com 2% a 4% desenvolvendo o transtorno de pânico, conforme estimativas da Clínica de Distúrbios de Ansiedade do Instituto Psiquiátrico de Nova York.

Segundo dados do National Comorbidity Survey dos Estados Unidos, 71% das pessoas que vivenciam a Síndrome do Pânico (SP) ou Transtorno do Pânico (TP) são mulheres. É relevante notar que, embora o transtorno possa surgir em qualquer fase da vida, mulheres com histórico de transtorno de ansiedade ou depressão pós-parto têm maior propensão a experimentar crises de pânico durante o climatério.

Por que essas crises de pânico ocorrem no climatério?

Elas se desencadeiam em resposta a picos repentinos de ansiedade, onde as sensações corporais são interpretadas pelo sistema nervoso central como ameaçadoras. Durante o climatério, as alterações hormonais naturais já provocam instabilidades emocionais, agravadas pela carga de estresse comum a mulheres entre 40 e 50 anos, somando sintomas como irritabilidade, desânimo, fadiga, insônia, tontura, fogachos e depressão.

A consequência é um aumento da ansiedade, tornando a mulher mais suscetível a ataques de pânico e, sem o tratamento adequado, predispondo ao desenvolvimento do transtorno.

Respire fundo, você não está sozinha

Enfrentar o climatério pode ser complexo, mas controlar os sintomas não é impossível. A orientação primordial é compartilhar detalhes, absolutamente tudo, com seu médico. A partir dos 40 anos, é crucial que as mulheres estejam atentas a todas as alterações físicas e emocionais.

Ter um médico de confiança, especialmente especializado em climatério, é uma estratégia valiosa para identificar e tratar precocemente os sintomas dessa fase. Dada a susceptibilidade a crises de pânico e outras condições neurodegenerativas decorrentes das mudanças metabólicas, o cuidado com a saúde mental é tão crucial quanto o cuidado integral. Uma reposição hormonal bem orientada pode oferecer benefícios abrangentes nesse sentido.

Por: Dra Natacha Machado 

Ginecologista – CRM/SC 20516 | RQE 11831 | TEGO 0685/2005

eBook Gratuito Saiba tudo sobre Menopausa e Reposição Hormonal. Dra Natacha Machado

Imagem by Freepik

Compartilhar:

VEJA TAMBÉM