Dores da menopausa: não sofra em silêncio

A menopausa é uma fase desafiadora para a maioria das mulheres. A lista de sintomas físicos e emocionais é grande e, como sabemos, vai muito além dos fogachos – o sinal mais “conhecido”, mas nem sempre o primeiro a se manifestar.

Um fato que talvez você ainda não tenha se dado conta é que a oscilação e a queda nos níveis hormonais deixam as mulheres mais suscetíveis a dores crônicas. Artralgias – as famosas “dores nas juntas” –, dores musculoesqueléticas e dores difusas são as mais comuns.

É isso mesmo: a chegada da menopausa pode causar desconfortos físicos, acentuar dores generalizadas ou ser o gatilho para algumas doenças.

Dores da menopausa: articulações doloridas

As dores são um efeito comum da idade, mas não revelam apenas o nosso envelhecimento. Para muitas mulheres, o climatério é uma fase que também pode ser dolorosa fisicamente.

Isso porque as articulações, músculos e cartilagens têm receptores de estrogênio, hormônios que entram em declínio com a chegada da menopausa. Um estudo da North American Menopause Society mostra que mulheres com sintomas da menopausa têm quase duas vezes mais chances de ter dor crônica.

Outro levantamento da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor revelou que 93% das mulheres climatéricas relataram dor musculoesquelética, a maioria intensa, com início dos sintomas entre 5,8 e 7,7 anos antes da menopausa. Os locais de maior acometimento da dor, apontou o estudo, foram a coluna vertebral (71%), joelhos (58%) e ombros (47%).

Por isso, não fique esperando o calorão chegar!

Se você está no climatério e sofre com dores crônicas, lembre-se de relatar ao ginecologista, mesmo que já tenha passado por vários outros especialistas. Infelizmente, muitas mulheres demoram a entender a causa de suas dores porque não associam esses problemas à questão hormonal.

Dores da menopausa: para cada dor, um nome

As queixas de dor a partir da transição menopausal variam. Um dos problemas comuns é a artrite, uma inflamação nas juntas que causa dor, rigidez, dificuldades de movimentação – principalmente pela manhã -, vermelhidão, inchaço e até deformidade na articulação.

A osteoartrite ou artrose se caracteriza pelo desgaste da cartilagem que protege a extremidade dos ossos. Pode afetar qualquer articulação, mas é mais frequente em joelhos, mãos, coluna vertebral e região coxofemoral. Provoca inchaço, calor, limitação dos movimentos, rangidos e rigidez articular (quando a pessoa fica muito tempo sentada em uma cadeira, por exemplo).

Outro problema que passa a ser percebido mais comumente no climatério é a fibromialgia, uma dor muscular generalizada e crônica. Problemas com o sono, cansaço, ansiedade, depressão e alterações de concentração e memória também são relatados pelas pacientes que sofrem da doença.

As dores musculares entram nessa lista também. Dor nas costas, pernas e braços, redução da força muscular e menor aptidão física são alguns sintomas da queda nos níveis de estrogênio.

Não sofra em silêncio: busque tratamento

O tratamento para as dores físicas da menopausa requer uma série de boas práticas e um olhar médico especializado. Uma avaliação dos níveis hormonais ajuda a identificar as causas do problema. O tratamento mais eficaz é a reposição dos hormônios, mas só isso não basta. Você também terá lições de casa a cumprir.

Anote aí como aliviar as dores e recuperar a qualidade de vida:

  • Mantenha uma alimentação saudável e natural.
  • Hidrate-se bem e evite bebidas alcoólicas.
  • Controle o peso: a menopausa favorece o ganho de alguns quilos extras que em nada contribuem para o alívio das dores articulares.
  • Faça atividade física de resistência para fortalecer as articulações, aumentar a massa muscular e preservar a flexibilidade.

E agora que você já sabe que as dores físicas são um sintoma “real” da menopausa, conte comigo. Como vimos, os hormônios podem ter responsabilidade nesse assunto e você merece viver bem.

Por: Dra Natacha Machado 

Ginecologista – CRM/SC 20516 | RQE 11831 | TEGO 0685/2005

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