Irritada, eu? Como controlar o mau humor no climatério

Pode ter certeza: o bom humor das mulheres é colocado à prova durante o climatério e, é claro, a paciência de quem convive com elas. Entre todos os sintomas, que vão das ondas de calor ao aumento de peso e ao ressecamento vaginal, a montanha-russa de emoções causada pela oscilação hormonal é, literalmente, uma das coisas mais irritantes.

Primeiro, você chora entristecida e, em pouco tempo, está aos berros pela casa. Começa o dia de bom humor e, de repente, brigou com o mundo. Não tem paciência para os filhos ou os colegas de trabalho.

E o pior: até que todos entendam o que está acontecendo no seu organismo, você passa por insuportável e desequilibrada. Quem nunca se viu a beira de um colapso? Do sorriso no rosto à testa franzida e à cara de poucos amigos é um pulo!

A verdade é que até essa instabilidade emocional irrita. Quando o bom humor some de repente, sem motivo aparente, lá vem a culpa e você se sente desconfortável. Não se reconhece mais. Volta o choro.

Aos familiares e amigos, um aviso: não fazemos por mal, mas simplesmente não conseguimos domar os sentimentos. A você, que está passando por isso no climatério, calma: mesmo que sua razão e emoção andem em conflito, existe solução!

O que dizem os estudos sobre o mau humor no climatério?

Um estudo divulgado pela Plenapausa com mais de 3 mil mulheres com idade média de 48 anos confirmou: 82% estão deprimidas ou ansiosas. A pesquisa mostra que as mudanças bruscas de humor atingem 88% das mulheres no climatério e 43% delas se sentem menos produtivas no trabalho. Mas, por que isso acontece? Não há de ser coincidência!

O primeiro fator é a questão hormonal. Além de ser um dos responsáveis pela capacidade reprodutiva da mulher, o hormônio progesterona atua sobre a qualidade do sono e o humor. Por isso, quando ele diminui, o equilíbrio emocional vai embora também.

Não projete sua ira apenas nos hormônios

Embora o climatério seja marcado, predominantemente, pela queda na produção de hormônios, eles não são os únicos responsáveis pela labilidade emocional. Muitos outros fatores têm influência e precisam ser avaliados.

A busca do equilíbrio envolve questões psicossociais e comportamentais, análise do temperamento e da personalidade. Não é incomum, por exemplo, que a chegada do climatério coincida com a saída dos filhos de casa.

Nesse caso, além da deficiência hormonal, a mulher enfrenta a síndrome do ninho vazio, o que pode agravar a sensação de tristeza, a ansiedade e a depressão, piorar a qualidade do sono e aumentar a irritabilidade.

A ausência dos filhos pode interferir também no relacionamento do casal, que até então dedicava a vida a eles. Aceitar o envelhecimento é outro dilema que pode afetar o emocional das mulheres. A pele, o cabelo e a unha enfraquecem, as articulações doem, a autoestima vai embora.

Aspectos da vida profissional, sexual, problemas de saúde na família, a responsabilidade com os pais já idosos… Tudo isso coloca em xeque a estabilidade emocional das mulheres que, muitas vezes, já chegam sobrecarregadas ao climatério.

Só tenho duas palavras a dizer: autoconhecimento e disciplina

Se você anda irritada com a sua irritação, é hora de olhar atentamente aos fatores que estão levando a isso e buscar ajuda para tratar as causas.

Para voltar a se sentir bem, é necessário criar uma estratégia de combate ao mau humor. Reavalie seus hábitos e a causa do seu estresse. Faça uma análise sincera e encare a situação.

A reposição hormonal ajuda a reestabelecer os níveis de progesterona, estrogênio e testosterona, mas o milagre não está na farmácia, está no autoconhecimento, na atitude e na disciplina.

Fortaleça sua autoestima, tire um tempo para cuidar de você e dê preferência ao que te faz feliz. Seja a sua prioridade!

Por: Dra Natacha Machado 

Ginecologista – CRM/SC 20516 | RQE 11831 | TEGO 0685/2005

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