Sexo na terceira idade: existe sim vida sexual depois dos 50 anos

Existe vida sexual depois dos 50 anos. Você não sabia?

Essa pergunta, em tom de brincadeira, é mais séria do que parece. Há quem se espante em pensar que é possível ter uma vida sexual ativa na terceira idade, mas convenhamos, por que não?

Talvez porque há algumas décadas falar sobre esse assunto nem era permitido. É possível que muitos casais acreditassem na falta de tratamento para a ausência de libido que surge com a idade. Quando a menopausa chegava, era assim: o desejo acabava e a vida sexual também. Coisas da vida, conformavam-se as mulheres.

Ainda bem que os tempos mudaram!

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, um país é envelhecido quando 14% da sua população têm mais de 65 anos. Na França, esse processo levou 115 anos. Na Suécia, cerca de 85. No Brasil, em 2032, estima-se que seremos 32,5 milhões de brasileiros com 65 anos ou mais.

Não canso de dizer que a menopausa pode ser um recomeço para as mulheres. Então, se a vida está no auge aos 50 anos, por que não se apaixonar novamente aos 60?

Que tal apimentar o casamento ou descobrir um novo amor?

Sexo na terceira idade | Minha conversa é com você, mulher de 50 anos

Sabemos que a educação sexual já foi muito diferente.
Se hoje ainda é permeada por tabus, o que dizer de quatro ou cinco décadas atrás:

  • Masturbação? Que coisa inapropriada!
  • Conhecer o próprio corpo? Desnecessário.
  • Revelar ao parceiro suas preferências? Jamais.
  • Falar sobre desejos e fantasias? Nunca.

Sexo, definitivamente, não era assunto a ser discutido abertamente. Hoje, mudanças comportamentais são bem aceitas. Finalmente!

Mais do que isso, são essenciais para a saúde plena. Só que para encarar novos tempos, as mulheres precisam redescobrir sua sexualidade.

Você está aberta e disposta a conhecer novas formas de prazer?
Aliás, o que você entende por prazer? Quando pensa em relação sexual considera somente o sexo penetrativo?

Já conversou com sua médica, já esclareceu suas dúvidas e falou francamente sobre seus incômodos, seus preconceitos, suas inseguranças?

Além dos efeitos físicos da menopausa, a sexualidade sofre interferências comportamentais, emocionais e psicológicas. Está diretamente ligada à qualidade do relacionamento e à forma como somos tratadas.

Lembre-se: a sexualidade está conectada diretamente ao modo como percebemos e conhecemos nosso corpo.

Sexo na terceira idade | Educação sexual é para todos

Ouvimos falar constantemente sobre a importância da educação sexual nas escolas e de como os pais devem conversar com seus filhos sobre o assunto, mas ninguém lembra que a educação sexual é importante também na terceira idade.

Isso mesmo! Nunca é tarde para aprender sobre o próprio corpo, cuidados e desejos mais íntimos. Sem isso, casais da terceira idade acabam expostos a comportamentos de risco e a doenças sexualmente transmissíveis.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, 4% a 5% da população acima de 65 anos apresenta alguma doença transmitida sexualmente. Entre as mais comuns estão a AIDS (causada pelo vírus HIV), o HPV (que tem como agente causador o papilomavírus humano) e as hepatites B e C.

Avós não transam! Quem disse?

A menopausa provoca mudanças no corpo da mulher e afeta o desejo sexual. Com a interrupção da produção do estrogênio, a mulher sofre alterações na lubrificação natural da vagina. Com o ressecamento, o sexo torna-se menos prazeroso, a penetração fica desconfortável, causa dor e o desejo sexual diminui.

E, vamos admitir, quem se sente estimulada a manter relações sexuais assim?
Felizmente, para tudo isso há tratamento e, a partir daí, é preciso buscar novas experiências, seja com o parceiro de uma vida toda ou com uma nova paixão… ou ainda sozinha, por que não?

Com a maturidade, a mulher deveria entender que não precisa mais se importar com a opinião dos outros. A essa altura da vida, não é apenas uma questão de sobreviver. É viver com qualidade.
Qual é o problema de alguém, aos 50 ou 60 anos, buscar uma vida sexual satisfatória?

Aliás, deveria ter começado essa busca bem antes, mas como nunca é tarde para ser feliz, voilà, comecemos agora.

Por que os filhos não podem saber que os pais têm uma vida sexual ativa? Avós não transam? Oras, estamos em pleno século 21!

Sempre é tempo de reavaliar o que pode ser melhorado no relacionamento sexual e só há uma regra para quem quer mudanças: dar o primeiro passo, tomar uma decisão, agir.

Sim, você é uma mulher madura, experiente, dona da própria vida. Não há mais espaço para vergonha, preconceito, pudor. Faça escolhas por você. Faça suas descobertas.

O que você deseja? Qual a sua expectativa? O que você ainda quer aprender? O que quer saber sobre o seu corpo, sua sexualidade? Qual é a experiência que ainda não teve?

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Acredite, você pode se surpreender!

Pense sobre o que você espera de um relacionamento na terceira idade, tome a decisão por você – e nunca pelos outros –, ignore o que vão dizer porque a felicidade será sua e, se não souber o melhor caminho a seguir, eu posso te ajudar.

Venha conversar comigo. Esqueça a vergonha. Deixe o preconceito de lado. Traga suas dúvidas. Para todas as suas queixas, encontraremos uma solução.

Por: Dra Natacha Machado 

Ginecologista – CRM/SC 20516 | RQE 11831 | TEGO 0685/2005

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