Como encarar o climatério: conhecer o próprio corpo é o primeiro passo

Lidar com os sintomas do climatério será algo inevitável a todas as mulheres que chegarem aos 40 anos. A partir daí, em média, é comum que os primeiros sintomas comecem a surgir. À medida que a expectativa de vida aumenta, mais mulheres vão vivenciar essa fase. Um privilégio, não é mesmo?

Ao contrário do que se imaginava há algumas décadas, a menopausa é hoje um “problema” da meia-idade e não mais da velhice. Afinal, nós estamos vivendo bem mais. Muitas de nós, inclusive, passarão mais tempo da vida no climatério do que fora dele.

A questão é que muitas mulheres demoram a perceber os sintomas do climatério e, com isso, atrasam o início do tratamento, prolongando um sofrimento desnecessário.

Para evitar que a rotina atribulada – que envolve cuidar da carreira, dos filhos, do relacionamento, da casa e, muitas vezes, dos nossos pais – nos impeça de enxergar a tempo o início do climatério, é importante conhecer o próprio corpo.

Você reconhece os sinais que o seu organismo dá quando algo sai do prumo?

Preste atenção: o corpo fala

De acordo com a Sociedade Norte-Americana de Menopausa, em 2025 mais de 1 bilhão de mulheres estarão vivendo o climatério, o equivalente a 12% da população mundial. Muitas, porém, vão demorar a perceber o quanto a oscilação hormonal pode comprometer a saúde e a qualidade de vida.

Isso acontece, em partes, por desinformação – já que existe, ainda, a crença de que a menopausa é algo irreversível e os sintomas precisam ser “aceitos” como algo normal e sem solução – e em partes porque, quando os sinais surgem, estamos no auge da produtividade e demoramos a associar os sintomas – que são dezenas – ao climatério.

Para a maioria das mulheres, enquanto o calorão não chega não é preciso pensar na menopausa. Esse é o primeiro engano. O corpo dá inúmeros outros sinais de que os hormônios estão em declínio. Se vamos viver, em média, mais uns 30 ou 40 anos, pelo menos, após a última menstruação, quanto antes percebermos esses sinais, melhor.

Leia aqui: 10 fatos e boatos sobre a menopausa.

“Bagunça” hormonal

A bagunça que os hormônios fazem durante o climatério tem reflexos na saúde e na qualidade de vida. A lista de sintomas é grande. Além dos desconfortos do dia a dia, nessa fase há um risco aumentado de infarto, osteoporose, derrame, diabetes e outras comorbidades.

Não, a menopausa não é doença, não nos obriga à aposentadoria e não é o fim da vida. É o fim do período reprodutivo feminino e seus efeitos podem ser tratados desde o início se você perceber, por exemplo:

– Ciclo menstrual irregular e mudanças no fluxo (que no início do climatério pode estar aumentado e não reduzido, como costumamos pensar).

– Dificuldades para dormir e suores noturnos.

Cansaço, fadiga, desânimo, ansiedade e depressão.

– Queda de cabelo, unha fraca, olhos secos e flacidez na pele.

– Alterações intestinais, urinárias e infecções vaginais de repetição, como candidíase.

– Ressecamento vaginal e mudanças no desejo sexual.

– Dificuldade de concentração e falhas na memória.

– Aumento nos níveis de colesterol, triglicérides, glicemia e pressão arterial.

– Mudanças de humor e instabilidade emocional.

– Dor de cabeça e dores articulares.

– Mudanças na distribuição da gordura corporal e aumento de peso (mesmo que a alimentação continue exatamente igual).

Não sofra sozinha!

Se você percebeu algumas dessas mudanças – ou outras que afetam sua rotina e bem-estar – vale a pena investigar. Não coloque a culpe toda no estresse da vida moderna. Após os 40 anos, a saúde da mulher sofre efeitos naturais da passagem do tempo, mas nós podemos manter a qualidade de vida.

Sofrer não é normal, mesmo quando se trata de um fenômeno natural como a menopausa. Pare, avalie o que o seu organismo está “dizendo”, desconfie quando alguma coisa na sua saúde parecer estranha e procure ajuda. Orientação médica especializada vai fazer toda a diferença na sua vida.

Percebeu mudanças? Vamos conversar!

Leia também: Avanços nos métodos de reposição hormonal para tratamento da menopausa.

Por: Dra Natacha Machado 

Ginecologista – CRM/SC 20516 | RQE 11831 | TEGO 0685/2005

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